Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-05-2012

Rio+20 definirá economia verde para "ajudar capitalismo", criticam ONGs
Entidades afirmam que novo rascunho continua "sem ambição e indefinido". Nova rodada de negociação foi marcada para 29 de maio, nos EUA.
Rio+20 definirá economia verde para
Foto: style.greenvana.com

Representantes de organizações não-governamentais reunidos nesta terça-feira (8) em São Paulo afirmaram que a discussão sobre o que é economia verde na Rio+20 ocorre "em benefício das grandes corporações" e tem o objetivo de "salvar o capitalismo".

Os representantes da sociedade civil comentaram que as negociações para definir o documento da cúpula da ONU, batizado de Rascunho Um, continuam "sem ambição política" e com "assuntos indefinidos". Eles acompanharam a segunda rodada informal de negociações, encerrada na última sexta-feira (4) em Nova York, Estados Unidos.

A Rio+20 é a Conferência da ONU para Desenvolvimento Sustentável e recebe este nome por ocorrer vinte anos depois da Rio 92 (também conhecida como Eco 92), considerada a maior conferência sobre meio ambiente já realizada, que popularizou o conceito de "desenvolvimento sustentável".

"O termo [economia verde] se ideologizou. Virou rótulo de que é para salvar o capitalismo. Temos que discutir a economia da sustentabilidade (...) e deixar de atender os interesses das grandes corporações, que estão sequestrando o sistema multilateral da ONU", disse Pedro Ivo, coordenador da Cúpula dos Povos.

A Cúpula dos Povos é um encontro de organizações não-governamentais e outras entidades da sociedade civil paralelo e crítico à Rio+20, que ocorrerá nos mesmos dias da conferência da ONU, de 13 a 22 de junho.

Nova negociação
A ONU confirmou para a semana entre 29 de maio e 2 de junho uma nova rodada de negociação para reduzir a quantidade de indefinições do documento antes do último debate em torno do documento no nível diplomático, que vai acontecer no Brasil de 13 a 15 de junho.

Ela antecede o segmento de alto nível, que deve reunir no Rio de Janeiro ao menos uma centena de chefes de Estado.

Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis, disse que a quantidade de parágrafos no documento aumentou de 128 para 420 – apesar de uma redução no tamanho do Rascunho Um, que tinha 278 páginas.

Segundo ele, seguem como prioridades na discussão a definição mais clara sobre o que é economia verde, métodos de financiamento para implantar este tipo de economia no mundo, a decisão de se criar uma agência ambiental ou reforçar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a discussão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

"A ideia que ficou clara é que essas metas devem entrar em vigor a partir de 2015 e funcionariam como uma segunda geração dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", disse.

O Itamaraty, principal responsável pela organização da Rio+20, não divulgou detalhes sobre o novo rascunho (nem sua nova quantidade de páginas). Apenas informou que o documento, que segue em negociação, está sendo condensado e vem diminuindo paulatinamente para que se chegue a um "formato legível" para as negociações entre os chefes de Estado.

Manifesto
Na última sexta-feira (4), organizações não-governamentais reunidas em Nova York, na sede da ONU, divulgaram documento onde afirmaram que a "mesmice pode colocar a Rio+20 em risco" e listaram prioridades que deveriam ser adotadas na discussão.

Segundo o documento, assinado por seis entidades, entre elas o Greenpeace e a Oxfam, ligada à Universidade de Oxford, no Reino Unido, é necessário discutir metas globais para o desenvolvimento sustentável, produzir mais empregos verdes e decentes, criar um piso de proteção social global, um acordo de proteção à vida marinha em alto mar e soluções energéticas justas e duradouras.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir