Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-05-2012

Delegado de defraudações no ES é suspeito de desvio na Caixa, diz PF
Investigações apontam que prejuízo é estimado em mais de R$ 1 milhão. PF informou que foi registrada a denúncia, mas não foi investigada.
Delegado de defraudações no ES é suspeito de desvio na Caixa, diz PF
Foto: g1.globo.com

A Polícia Federal informou que o titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (Defa), Gilson Gomes foi preso na operação Peculatus, na manhã desta quarta-feira (30), em Vitória. Segundo as investigações, ele é suspeito de receber propina de uma quadrilha que desviava dinheiro de constas da Caixa Econômica Federal, em Guarapari. A PF diz que, em outubro de 2011, foi registrada a denúncia sobre o desvio, mas não foi investigada.

O G1 tentou contato com o advogado de defesa do delegado, mas, até o fechamento desta reportagem, ele não foi encontrado. A Caixa informou que não vai se manifestar sobre o caso para não atrapalhar as investigações. Segundo a Polícia Federal (PF), o fato de o delegado ter aberto inquérito e não ter dado continuidade aos trabalhos chamou a atenção das investigações, que constataram, por meio de interceptações telefônicas, a relação de Gilson Gomes com a quadrilha.

O chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Joel Lyro, informou que a corregedoria interna vai abrir uma sindicância para apurar os supostos desvios de conduta do delegado e de sua escrivã presos na manhã desta quarta-feira. Além dos dois, um servidor da Caixa também foi detido suspeito de corrupção. As investigações apontam que a ação da quadrilha resultou em prejuízo estimado à Caixa em mais de R$ 1 milhão.

A Polícia Civil anunciou que três delegados acompanharam os trabalhos da Polícia Federal no cumprimento dos mandados. Lyrio ficou sabendo das investigações há aproximadamente uma semana."Todas as vezes que nos deparamos com situações como esta ficamos surpresos. Ainda mais em se tratar desta delegacia. Ele é policial há mais de 35 anos, mas ninguém está a cima da lei. O governo está com tolerância zero para atos assim. Não podemos de maneira nenhuma, aceitar desvios de conduta independente do cargo que ocupa e de quem seja", disse.

Entenda o caso

A Operação Peculatus cumpriu 16 mandados de prisão e 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pelas Justiças Federal e Estadual. Até o final da manhã desta quarta-feira (30), 13 pessoas foram presas e levadas para a sede da Polícia Federal, em São Torquato, em Vila Velha.

A polícia instaurou o inquérito para apurar a existência e atuação de uma organização criminosa no Espírito Santo que praticava os crimes de desvio ou roubo de dinheiro público, formação de quadrilha, falsificação de documento público, uso de documento falso, falsidade ideológica e estelionato qualificado contra à Caixa, a partir de saques de precatórios judiciais e aposentadorias.

Ainda segundo a PF, os envolvidos usavam documentos falsos para realizarem saques de valores de contas bancárias usando cheques furtados e com falsificação de assinaturas. Segundo a polícia, outras ações eram feitas, inclusive, com documentos fornecidos por um funcionário da Caixa.

A PF informou que parte da quadrilha também foi responsável pelo desvio de cerca de R$ 250 mil através de fraudes no pagamento usando cartões de crédito em um posto de gasolina na região metropolitana de Vitóriax.

Os detidos, dependendo da participação de cada um, podem pegar mais de 15 anos de prisão. A operação contou com a participação do Ministério Público Federalx que durante seis meses de investigações identificou fraudes realizadas em face de outras vítimas. A Justiça Federal dividiu a investigação, com uma parte dela tramitando na Justiça Estadual em parceria com o Ministério Público Estadual (MP-ES).



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir