Categoria Politica  Noticia Atualizada em 04-06-2012

Delta não deve ter “êxito“ na tentativa de evitar quebra de sigilo, diz Sarney
Presidente do Senado disse acreditar que STF não dará decisão favorável. Delta recorreu ao Supremo contra quebra de sigilo nacional da empresa.
Delta não deve ter “êxito“ na tentativa de evitar quebra de sigilo, diz Sarney
Foto: g1.globo.com

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta segunda-feira (4) não acreditar que a Delta conseguirá reverter a decisão da CPI do Cachoeira de quebrar o sigilo nacional da construtora. Na última sexta (1º), Delta entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar impedir o acesso aos dados sigilosos da empresa.

"Eu acho que a Justiça vai examinar esse assunto, mas não acredito que ela [a Delta] tenha êxito", avaliou Sarney. Na última terça-feira (29), após pressão da oposição, a CPI aprovou, por maioria de votos, a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da construtora em todo o país. A comissão investiga a extensão dos tentáculos do bicheiro com políticos e empresários. De acordo com a Polícia Federal, Cachoeira seria sócio oculto da Delta, que capitaneia obras em vários estados e se tornou a principal empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

O presidente do Senado afirmou ainda acreditar que a CPI caminha "num ritmo normal" e que tem "apresentado resultados". Nesta semana, a comissão ouvirá nesta terça-feira (5) o depoimento de Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Outras quatro pessoas citadas em investigações da Polícia Federal vão depor na terça, na condição de testemunhas.

De acordo com inquérito da PF, Eliane teria recebido um telefone exclusivo para se comunicar com Cachoeira, que repassaria a ela informações sigilosas sobre operações policiais. Gravações mostram que a ex-chefe de gabinete de Perillo alertou o prefeito de Águas Lindas de Goiás, Geraldo Messias, sobre uma busca por provas na casa dele durante a Operação Apate, que combateu fraudes contra a Receita Federal no estado de Goiás.

Em uma conversa telefônica registrada pela PF, Cachoeira pergunta a Eliane se ela havia contado algo para "o maior". De acordo com o requerimento de convocação de Eliane, de autoria do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), a expressão poderia ser uma referência a Perillo.

Diante das denúncias, Eliane pediu exoneração, no dia 4 de abril, do cargo de chefe de gabinete do governador de Goiás. Na carta em que solicitou o desligamento, ela afirma que foi "vítima de um grande equívoco", e diz que seu nome foi confundido com o de outra Eliane". "Nada tenho a temer", escreveu.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir