Categoria Politica  Noticia Atualizada em 12-06-2012

Venda da casa foi rigorosamente dentro da lei, diz Perillo
Em sua fala aos membros da comiss�o, o tucano classificou de "absurda" a dedu��o de que teria recebido duas vezes pela venda do im�vel.
Venda da casa foi rigorosamente dentro da lei, diz Perillo
Foto: sul21.com.br

O governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta ter�a-feira � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) mista do Cachoeira que n�o h� contradi��es no processo de venda da sua casa, neg�cio que, segundo ele, foi feito "rigorosamente dentro da lei". Em sua fala aos membros da comiss�o, o tucano classificou de "absurda" a dedu��o de que teria recebido duas vezes pela venda do im�vel.

Perillo afirmou ter tido pressa em vender a casa, de 450 m�, porque precisava de um lugar maior, como governador, para receber convidados. O im�vel, que conforme o tucano foi adquirido com um financiamento da Caixa Econ�mica Federal, foi anunciado nos classificados. "Se eu soubesse que a venda da casa geraria tanta confus�o eu teria continuado a morar nela."

Segundo o governador, o ex-vereador de Goi�nia Wladimir Garcez fez uma oferta pelo im�vel e, na hora da escritura, afirmou que n�o teria recursos para quitar a d�vida, de R$ 1,4 milh�o. Garcez, conforme Perillo, afirmou que repassaria o neg�cio ao empres�rio Walter Paulo Santiago - que � suspeito de atuar como "laranja" de Cachoeira -, e entregou tr�s cheques pr�-datados para mar�o, abril e maio de 2011.

Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confec��es Ltda. - que pertenceria a uma cunhada de Cachoeira. A empresa, por sua vez, teria recebido dinheiro da Alberto Pantoja, uma firma fantasma supostamente criada pelo esquema Cachoeira para angariar recursos da empreiteira Delta.

Perillo destacou que s� soube por meio da CPI que Garcez pediu dinheiro a Cachoeira. "N�o me preocupei em saber quem era o emitente dos cheques, e j� lamentei por isso", disse o governador, argumentando que nas pr�ticas usuais de compra e venda ningu�m questiona de onde vem o dinheiro. "N�o podia exigir de um comprador a explica��o ou comprova��o de onde vinham os recursos. S� agora, ap�s o depoimento do ex-vereador Wladimir Garcez a esta CPI, � que eu soube que ele havia usado empr�stimo de terceiros".

Entretanto, em depoimento � CPI, Santiago negou ter usado cheques na negocia��o, garantindo ter pagado R$ 1,4 milh�o em c�dulas de R$ 50 e R$ 100, entregues em "pacotinhos" para Garcez e L�cio Fi�za Gouthier, ent�o assessor especial de Perillo. Um dia depois da fala do empres�rio na CPI, Fi�za foi exonerado do cargo.

Santiago atuou no neg�cio em nome da empresa Maestra, da qual ele se apresentou como administrador. Mesmo sendo adquirida pela empresa, o verdadeiro morador da resid�ncia era Cachoeira, que teria arcado inclusive com o pagamento das d�vidas de impostos do im�vel.

O governador entregou � comiss�o as c�pias dos cheques e seus extratos banc�rios dos meses de mar�o, abril e maio do ano passado, quando a compensa��o foi registrada. E argumentou que se a houvesse algum tipo de irregularidade, n�o teria anunciado a casa no maior jornal de circula��o do Estado.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a explora��o do jogo ilegal em Goi�s, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos ap�s a divulga��o de um v�deo em que Waldomiro Diniz, assessor do ent�o ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu, lhe pedia propina. O esc�ndalo culminou na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Bingos e na revela��o do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensal�o.

Escutas telef�nicas realizadas durante a investiga��o da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Dem�stenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a viola��o do seu sigilo telef�nico n�o havia obedecido a crit�rios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para pol�ticos, entre eles Dem�stenes, e que o senador pediu ao empres�rio que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com t�xi-a�reo. Na conversa, o democrata ainda vazou informa��es sobre reuni�es reservadas que manteve com representantes dos tr�s Poderes.

Pressionado, Dem�stenes pediu afastamento da lideran�a do DEM no Senado em 27 de mar�o. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de �tica e, um dia depois, em 29 de mar�o, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo banc�rio.

O presidente do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expuls�o de Dem�stenes, que, no dia seguinte, pediu a desfilia��o da legenda, encerrando a investiga��o interna. Mas as den�ncias s� aumentaram e come�aram a atingir outros pol�ticos, agentes p�blicos e empresas.

Fonte: jb.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir