Categoria Vírus & Cia  Noticia Atualizada em 18-06-2012

Exército do Egito promete dar poder ao novo presidente ainda
Irmandade Muçulmana já "cantou vitória" de seu candidato, Mohamed Morsi. Resultado final deve sair apenas na quinta-feira (21).
Exército do Egito promete dar poder ao novo presidente ainda
Foto: www.maratimba.com

A junta militar que governa interinamente o Egito se comprometeu novamente nesta segunda-feira (18) a entregar o poder antes do dia 30 de junho ao vencedor das eleições presidenciais do fim de semana.

O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) transferirá o poder ao novo presidente antes de 30 de junho, assegurou o general Mohammed al-Assar, em coletiva de imprensa.

O novo presidente terá no entanto, pouca margem de manobra devido às amplas prerrogativas que o exército se concedeu no domingo.

"O presidente da República será investido de todos os poderes de um presidente da República", enfatizou Assar.

A Irmandade Muçulmana reinvidicou, nas primeiras horas desta segunda, a vitória do seu candidato Mohamed Morsi nas primeiras eleições presidenciais pós ditadura de Hosni Mubarak.

O resultado final será anunciado na quinta.

Se a vitória de Morsi for confirmada, será o primeiro governo em 60 anos com um presidente sem ligação estreita com os militares.

O site oficial do Partido Liberdade e Justiça, braço político do grupo, anunciou em uma pequena mensagem que Morsi era "o primeiro presidente egípcio eleito popularmente".

O chefe da campanha do ex-premiê Ahmed Shafiq, Ahmed Sarhan, rejeitou a mensagem. "Não aceito isso, não vamos considerar números errados".


Funcionários da justiça eleitoral contam votos em sessão de votação no Cairo, neste domingo




Declaração da Junta Militar
A declaração constitucional complementar emitida pela Junta Militar ofuscou a apuração, já que, segundo as primeiras informações, limitará em grande medida os poderes do novo presidente e reservará ao Exército o poder legislativo no país, à revelia de um Parlamento.

As eleições presidenciais deste domingo aconteceram sem a existência de uma Constituição que estipule os poderes do futuro líder, devido às diferenças surgidas no seio da Assembleia Constituinte.

No último dia 12 de junho foi formada uma segunda assembleia, depois que a primeira fosse invalidada por um tribunal ao ser boicotada pela quarta parte de seus membros, em sua maioria liberais, por considerarem que não representava todos os setores da sociedade.

Desta forma, a Junta Militar formalizou hoje em sua declaração constitucional transitória sua recuperação do poder legislativo, após a dissolução nesta semana da Câmara Baixa do Parlamento pelo Tribunal Constitucional devido a irregularidades em sua composição.

De acordo com a imprensa egípcia, o anexo constitucional dará ao presidente o poder de designar o chefe de governo, ministros, altos funcionários e diplomatas, entre outros.

O novo líder também poderá convocar eleições legislativas e promulgar leis ou rejeitá-las, como já estipulava a Constituição de 1971, suspensa após a revolução de 2011.

Também está previsto, de acordo com uma fonte militar citada pelo "Al-Ahram", que nesta declaração a Junta Militar se reserve o direito de controlar seu orçamento, um dos temas que levantou mais polêmica nos últimos meses.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir