Categoria Politica  Noticia Atualizada em 18-06-2012

Obama usa cúpula do G20 para pressionar Rússia sobre a Síria
O presidente dos EUA, Barack Obama, vai pressionar seu colega russo, Vladimir Putin, acerca da crise na Síria num encontro nesta segunda-feira, embora dificilmente irá convencê-lo a apoiar uma ação mais incisiva da ONU contra o governo sírio.
Obama usa cúpula do G20 para pressionar Rússia sobre a Síria
Foto: defesanet.com.br

Diplomatas trocaram na última semana recriminações que evocavam a Guerra Fria, e a cúpula do G20 no México será um teste para as relações entre os dois líderes e para a busca de pontos em comum a respeito da Síria e de outras divergências.

Obama e Putin terão no balneário de Los Cabos seu primeiro encontro desde que o russo reassumiu a presidência russa, e num momento de tensão agravada na Síria, depois de a ONU retirar no fim de semana os observadores que deveriam monitorar um fracassado cessar-fogo.

A Rússia é a mais importante aliada externa do presidente sírio, Bashar al Assad, e, junto com a China, usa seu poder de veto para barrar qualquer ação do Conselho de Segurança da ONU com vistas a interromper a violenta repressão dos últimos 15 meses a um movimento por democracia.

Os esforços diplomáticos ficam ainda mais complicados por causa da disputa eleitoral em curso nos EUA --Mitt Romney, adversário de Obama na luta pela reeleição, recentemente qualificou a Rússia como "nosso inimigo geopolítico número 1"-- e da retórica antiocidental adotada nos últimos meses por Putin.

Esse é um cenário muito diferente do "relançamento" das relações bilaterais com a Rússia que Obama prometeu ao tomar posse, em 2009.

A gravidade das divergências ficou mais clara na semana passada, quando a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, acusou a Rússia de fornecer helicópteros militares de ataque para Assad. A Rússia reagiu indignada, dizendo que estava a6penas devolvendo helicópteros enviados para reparos.

"Algumas pessoas estão tentando estragar a atmosfera dessas discussões", disse Yuri Ushakov, assessor de política externa de Putin, que se queixou também de um projeto de lei que tramita no Congresso dos EUA que abriria caminho a punições à Rússia por violações de direitos humanos.

Na quinta-feira, Putin citou outro ponto de atrito bilateral, alertando para uma "reação apropriada" ao escudo antimísseis que os EUA pretendem instalar na Europa, e que Moscou vê como uma ameaça.

Obama pode tentar resfriar a crise, mas também quer ser suficientemente assertivo para não dar munição à oposição republicana que o acusa de ser brando demais com Moscou.

Já Putin não deve se mostrar disposto a fazer concessões que sejam vistas como sinais de fraqueza, ainda mais para um presidente norte-americano que não tem a reeleição assegurada no pleito de 6 de novembro.

Ben Rhodes, assessor-adjunto de segurança nacional de Obama, disse a jornalistas que a intenção dos EUA não é "eliminar a influência russa" sobre a Síria.

A Rússia, por sua vez, deve propor a criação de um "grupo de contato" que incluiria o Irã, único aliado regional da Síria. Os EUA são contra qualquer envolvimento iraniano na crise.

Ainda assim, Obama terá de agir com cuidado a respeito do Irã. A Rússia é a anfitriã de uma nova rodada de negociações entre potências nucleares e a República Islâmica a respeito do seu programa nuclear, e Washington espera que Moscou se empenhe mais em restringir as atividades atômicas de Teerã.

Fonte: terra.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir