Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 28-06-2012

Novos dados da "partícula de Deus" serão divulgados na próxima semana
Descobertas serão anunciadas por especialistas do Cern, na Suíça. "Bóson de Higgs" explicaria formação de estrelas e planetas após Big Bang.
Novos dados da
Foto: g1.globo.com

Os cientistas envolvidos na caçada à misteriosa partícula subatômica chamada "bóson de Higgs" -- apelidada de "partícula de Deus" devem anunciar na próxima semana resultados que podem confirmar, confundir ou complicar a compreensão sobre a natureza fundamental do universo.

Nunca algo tão pequeno e efêmero atraiu tanto interesse. A partícula, descrita apenas teoricamente, explicaria como as estrelas e planetas se formaram depois do Big Bang, a explosão primordial que criou o universo. Sua existência, porém, nunca foi comprovada.

Especialistas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), localizado nos arredores de Genebra, na Suíça, vão apresentar na próxima quarta-feira (4) suas novas descobertas, após relatar "tentadores vislumbres" em dezembro.

Blogueiros científicos e até alguns entre os milhares de físicos envolvidos no projeto especulam que o Cern irá finalmente anunciar a prova definitivamente do bóson de Higgs. "Ainda é prematuro dizer algo tão definitivo", disse James Gillies, porta-voz da instituição, acrescentando que as duas equipes envolvidas ainda estão analisando os dados e que qualquer conclusão só será possível após confrontar os dois relatórios.

Colisão de melancias
A experiência acontece no Grande Colisor de Hádrons, maior e mais poderoso acelerador de partículas do mundo -- um tubo circular de 27 km de perímetro, enterrado cem metros abaixo do solo, sob a fronteira entre a França e a Suíça.

Dois feixes de energia são disparados em direções opostas, e seu encontro gera milhões de colisões de partículas por segundo, recriando efemeramente as condições ocorridas uma fração de segundo depois do Big Bang.

A enorme quantidade de dados resultante é examinada por um exército de computadores. Mas é um processo complicado. Entre bilhões de colisões, pouquíssimas são adequadas para revelar o bóson de Higgs. "É como atirar melancias umas contra as outras, tentando obter a colisão perfeita para duas das sementes no interior", diz Jordan Nash, membro de uma das equipes envolvidas no trabalho.

Num mundo em crise financeira, muitos questionam a utilidade de uma experiência como essa, num equipamento que custou cerca de 3 bilhões de euros. Nash disse que a pesquisa é muito vanguardista e incipiente para resultar em descobertas práticas, e que no atual estágio o que lhe move é a sede de conhecimento -- algo que o cientista acha que o público é capaz de compreender. "Quando converso com taxistas ou mestres de obras, eles nunca me perguntam isso."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir