Islamita é primeiro líder do país em anos que não tem elo com os militares.
País enfrenta difícil processo de transição democrática no pós-Mubarak.
Foto: g1.globo.com O presidente eleito do Egito, Mohamed Morsi, será empossado no sábado (30), pelo Alto Tribunal Constitucional, informou a presidência na noite desta quinta-feira, após uma polêmica com o Exército sobre o procedimento.
Morsi "se dirigirá (...) às 11h da manhã (6h Brasília) de sábado à sede do Alto Tribunal Constitucional com a finalidade de prestar juramento diante da Assembleia Geral do tribunal", informa a agência oficial Mena.
O presidente irá em seguida para a Universidade do Cairo, onde fará um discurso à nação, acrescenta a agência.
Candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, que derrotou Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, será o primeiro presidente do Egito fora do aparato militar em muitos anos.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que dirige o país desde a demissão forçada de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, se comprometeu a entregar o poder ao novo chefe de Estado até 30 de junho.
A princípio, Morsi deveria ser empossado na Assembleia do Povo, mas o local foi alterado por determinação da "Declaração Constitucional Complementar", pela qual o Exército recuperou o poder legislativo após dissolver o Parlamento, dominado pela Irmandade Muçulmana, em virtude de decisão judicial contra a fórmula das eleições.
Nesta sexta-feira, Morsi participará de uma manifestação na emblemática Praça Tahrir, no centro do Cairo, onde discursará para a população, informou seu porta-voz, Yaser Ali, citado pela agência oficial Mena.
A manifestação, chamada de "entrega do poder", é organizada pelos militantes que defendem a democracia e apoiada pela Irmandade Muçulmano, e visa a pressionar o Exército no poder desde a queda de Hosni Mubarak.
Morsi "participará de uma passeata do povo egípcio de um milhão (de pessoas) amanhã na Praça Tahrir", afirmou Yaser Ali, revelando que o presidente eleito "pronunciará um discurso para o grande povo egípcio (...) sobre os esforços para lançar seu programa pelo reconhecimento do Egito".
Os seguidores da Irmandade Muçulmano ocupam há dias a Praça Tahrir para protestar contra as disposições constitucionais adotadas pelo Exército.
Fonte: g1.globo.com
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