Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-07-2012

"Falta até comida para pacientes", diz residente de hospital incendiado
Eles denunciam falta de condições de trabalho no Hospital Pedro Ernesto. Reitor da Uerj diz que vai se reunir com diretores e chefes do hospital.

Foto: g1.globo.com

Com o incêndio que destruiu o prédio do almoxarifado do Hospital Universitário Pedro Ernesto, nesta quarta-feira (4), as condições de trabalho devem piorar ainda mais, segundo os residentes da unidade. Eles reclamam dos prejuízos para os estudos devido às sucessivas greves que ocorrem desde dezembro de 2011 e da falta de material para realizar os procedimentos médicos.

"A morte da paciente desta quarta-feira é um caso pontual. Mas são precárias as condições de trabalho e de assistência médica em todo o hospital. Às vezes, pacientes têm de trazer comida e frutas de casa. Falta até faca para passar manteiga no pão. E os pacientes usam o dedo para isso", contou o residente de nutrição Tiago Silva Cabral, acrescentando que faltam anestesistas e enfermeiros na unidade.

Já para o residente de cirurgia geral Douglas Poster, por causa das sucessivas greves que ocorrem há sete meses, apenas 30% das cirurgias marcadas são realizadas. Ele diz ainda que 80% dos casos dos pacientes têm indicação de cirurgia.

"Há cerca de 300 crianças na fila, aguardando uma cirurgia no setor de otorrino infantil. Nós queremos trabalhar, estamos aprendendo. Mas não conseguimos realizar nem um terço da nossa capacidade. Faltam próteses, grampeadores, luvas e inúmeros outros materiais para cirurgias", reclamou o residente.

Reitor diz que nunca recebeu denúncias

O reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Vieiralves, disse que as denúncias feitas pelos residentes nunca chegaram à reitoria. Ele afirmou que vai marcar uma reunião com a diretoria do Hospital Pedro Ernesto.

"Não sabia dessas reclamações. Os residentes só estão falando da precariedade das instalações porque a imprensa está aqui. Esta semana mesmo vou marcar uma reunião com chefes e diretores do hospital para resolvermos esses problemas, que são pontuais", disse Vieiralves.

Ele afirmou que as denúncias de falta de comidas e materiais, como talheres para os pacientes, não procedem. "Nunca houve falta de comida nem de material para os pacientes internados".

Já os residentes informam que além de pessoa, há uma enorme lista de materiais necessários para exames e cirurgias que estão em falta há tempos, como agulhas, algodão, ataduras, cateteres, drenos, luvas, lâminas, sabão líquido, sondas, tubos endotraqueais e seringas descartáveis, entre outros.

O diretor do Hospital Pedro Ernesto, Rodolfo Acatalassu, informou que nos últimos quatro anos foram investidos R$ 50 milhões em obras e na aquisição de equipamentos para a unidade.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir