Categoria Politica  Noticia Atualizada em 09-07-2012

Na última semana antes do recesso, Senado decide se cassa Demóstenes
Defesa deverá entregar memorando aos parlamentares na segunda (9). Na CPI, prefeito de Palmas presta depoimento na próxima terça-feira (10).
Na última semana antes do recesso, Senado decide se cassa Demóstenes
Foto: g1.globo.com

Após atuar por nove anos seguidos no Senado, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) terá seu futuro parlamentar decidido no voto na próxima quarta-feira (11). Acusado de quebra de decoro parlamentar pela suspeita de ter utilizado o mandato para beneficiar os negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira, Demóstenes terá sua sorte lançada aos colegas senadores, que vão decidir por meio do voto secreto se ele terá ou não o mandato cassado.

Caso tenha a cassação aprovada, Demóstenes Torres terá seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim de seu mandato parlamentar, que encerraria em 2019. Se isto ocorrer, Demóstenes só poderá voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando tiver 66 anos. Outra consequência é que, sem o mandato de senador, ele deixa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

Num último apelo, a defesa de Demóstenes preparou um memorando com os principais pontos da defesa. O material será distribuído nos gabinetes dos senadores no começo da semana. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, com trânsito no meio político, pretende entregar o material em mãos para alguns colegas do cliente.

"Eu estou conversando com vários senadores. Para uns 40, pelo menos, eu faço questão de entregar o material em mãos", afirmou Kakay.

A sessão que vai decidir sobre a cassação está marcada para as 10h de quarta (11). Durante a sessão, Demóstenes terá 20 minutos para se defender na tribuna. Para que a cassação seja aprovada, é preciso o voto favorável de 41 dos 81 senadores.

CPI
Na CPI Mista que investiga as relações entre Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários, o único depoimento previsto na semana antes do recesso é do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). O petista falará à comissão na terça-feira (10), às 10h15.

Um vídeo encontrado pela Polícia Federal no dia da Operação Monte Carlo, na casa do ex-cunhado de Carlinhos Cachoeira, mostra o prefeito de Palmas negociando doação de campanha com o grupo de Cachoeira. Em ofício encaminhado à CPI, o prefeito afirmou que "está à disposição" para "esclarecer toda a verdade".

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que a CPI aguarda manifestação de Cachoeira para marcar novo depoimento do bicheiro. "Na verdade, estamos num processo aonde ele já veio à CPMI e ficou calado. O que temos sinalizado é que a CPMI tem disposição de ouvi-lo em qualquer momento que ele achar por bem. O que entendo mais adequado é que ele venha aqui e fale aqui, não que nós possamos ir lá [na penitenciária] e inquiri-lo lá".

O vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que deverão ser marcados para os meses de agosto e setembro os demais depoimentos aprovados na última sessão da comissão, como o do ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, e o do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot.

Segundo Teixeira, a CPI funcionará normalmente nos meses que antecedem as eleições municipais de outubro. "A CPI tem um acordo de funcionar durante os meses de agosto, setembro, outubro e novembro. A CPI terá funcionamento regular e dará conta de todas as investigações, ela não se permitirá não funcionar durante o período eleitoral", afirmou.

Votações
Antes iniciar o recesso parlamentar, o Senado devem votar ainda, na sessão de terça-feira (10), o projeto de lei que reserva 50% das vagas em universidades federais para alunos que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas. O projeto combina cota racial e social.

O outro projeto acordado para apreciação é a proposta de emenda constitucional 33/2009 que estabelece a exigência do diploma de curso superior como requisito para o exercício da profissão de jornalista. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a exigência do diploma para jornalistas.

Entre os deputados, a única votação prevista do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, que define os critérios para a aplicação de recursos pelo governo federal no ano seguinte. A aprovação deve ocorrer obrigatoriamente antes do recesso e é feita em sessão mista do Congresso, com parlamentares da Câmara e do Senado.

Na semana passada, o relator LDO de 2013, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), apresentou relatório final que exclui emenda que permitiria ao Judiciário e ao Legislativo aumentarem os gastos com pessoal sem prévia autorização do Executivo. Na prática, a emenda daria autonomia aos poderes sobre a concessão de reajustes salariais.

O relator da LDO 2013 disse que excluiu a emenda por questão técnica. "A emenda não foi aceita porque a LDO é uma lei ordinária. No caso de reajustes, aquele tipo de proposta, deveria constar em uma lei complementar", disse Valadares.

Fonte: g1.globo.com
 
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