Categoria Politica  Noticia Atualizada em 14-07-2012

Ambição territorial da China preocupa os vizinhos asiáticos
As ambições territoriais de Pequim no mar da China Meridional estarão no centro nesta quinta-feira de uma conferência sobre segurança na qual os países do sudeste asiático exigirão soluções multilaterais aos litígios regionais.
Ambição territorial da China preocupa os vizinhos asiáticos
Foto: afp.com

Os ministros das Relações Exteriores da Ásia e dos Estados Unidos se reúnem em Phnom Penh para sua reunião anual, em um contexto de crescentes tensões nestas águas disputadas, em particular entre China e Vietnã, por um lado, e China e Filipinas, por outro.

Durante reuniões preparatórias realizadas nesta semana, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) alcançou um acordo sobre os "principais elementos" de um "código de conduta" que deve diminuir as tensões e prevenir os conflitos, indicou a presidência cambojana do bloco regional.

O texto, ao qual a AFP teve acesso, sugere em particular se basear na convenção da ONU sobre os direitos marítimos.

Embora os dez países do bloco (Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei, Indonésia, Cingapura, Tailândia, Mianmar, Camboja e Laos) afirmem poder terminar até o fim do ano este código no qual trabalham há dez anos, o mais difícil será conseguir que a China o assine.

"Os que esperam um código de conduta ficarão decepcionados: ainda há um longo caminho a ser percorrido", destacou Evelyn Goh, do Singapore Institute of International Affairs.

A China destacou que o código de conduta será discutido no "momento oportuno" e não deve ser utilizado para os conflitos territoriais. "Não está destinado a resolver as disputas, mas a construir uma confiança mútua e a aprofundar a cooperação", insistiu seu porta-voz de Relações Exteriores, Liu Weimin.

Pequim e Hanói disputam os arquipélagos das Paracelso e das Spratly, supostamente ricos em hidrocarbonetos e através dos quais passam vias marítimas internacionais. Filipinas, Brunei, Malásia e Taiwan também reivindicam as Spratly em parte ou em sua totalidade.

A China sempre privilegiou um enfoque bilateral a esta disputa fronteiriça, enquanto a ASEAN, apoiada pelos Estados Unidos, é partidária de um contexto multilateral.

"Sem dúvida a China se opõe ao desenvolvimento pelos países da ASEAN de uma posição coletiva sobre a questão, porque sente que seu poder de negociação diminuiria", comentou Goh.

Ainda que os sócios do sudeste asiático conquistem um acordo, o texto pode ficar privado de tudo o que a China não quer, previu Carl Thayer, da universidade de New South Wales, na Austrália. "As perspectivas de obter um código de conduta realmente coercitivo não são boas".

A rivalidade entre Pequim e Washington também ocupará um lugar importante nesta reunião, já que o secretário americano de Defesa, Leon Panetta, informou no fim de junho sobre a mobilização de grande parte da frota americana em direção ao Oceano Pacífico até 2020.

Embora no passado os americanos tenham insistido na importância estratégica da liberdade de navegação na região, a secretária de Estado, Hillary Clinton, tentará nesta semana acalmar as tensões, assegurou na segunda-feira um responsável governamental americano.

Os protagonistas devem perceber que certos acontecimentos podem "corroer a confiança sobre a qual a prosperidade da Ásia foi construída", destacou.

Fonte: afp.com
 
Por:      |      Imprimir