Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-07-2012

"Nos consideram animais", diz presa de albergue interditado no RS
Anexo do Instituto Penal Feminino n�o poder� receber novas presas. Interdi��o foi solicitada pelo MP em fun��o de problemas de estrutura.

Foto: g1.globo.com

As 103 detentas do regime semiaberto que est�o no anexo do Instituto Penal Feminino de Porto Alegre, conhecido como Albergue Emergencial, n�o escondem a insatisfa��o com a situa��o prec�ria que enfrentam, como mostra a reportagem do Jornal do Almo�o (veja o v�deo). O albergue foi interditado ap�s decis�o do Minist�rio P�blico Estadual, devido �s m�s condi��es. A partir de 30 de julho, n�o poder� receber novas presas.

"Eu acho que eles nos consideram animais", desabafa uma presa que diz ter ficado doente devido � falta de um sistema de aquecimento de �gua, uma das causas da interdi��o apontadas pela Justi�a. "Temos de tomar banho todos os dias e a �gua � gelada, estamos no inverno. J� peguei infec��o urin�ria", afirmou.

A interdi��o foi solicitada pela promotora de Controle e Execu��o Criminal, Sandra Goldman Ruwel. De acordo com o pedido, o pr�dio foi constru�do emergencialmente, est� deteriorado e n�o suporta a quantidade atual de detentas. A partir da interdi��o, n�o haver� prazo para a libera��o.

Sandra diz que j� foram encaminhadas v�rias solicita��es para a repara��o dos problemas � Superintend�ncia dos Servi�os Penitenci�rios (Susepe), �rg�o da Secretaria Estadual de Seguran�a respons�vel pelos pres�dios ga�chos. "S�o pedidos reiterados que a Comiss�o de Execu��o Criminal vem fazendo de forma permanente junto � Susepe e nos sentimos compelidos a fazer o pedido de interdi��o total do estabelecimento carcer�rio", diz a promotora.

O local possui camas quebradas, que n�o s�o usadas pelas detentas por medo de que desabem. Os banheiros possuem poucos chuveiros e muitos vazamentos. A rede de luz � puxada do Instituto Psiqui�trico Forense, que fica ao lado. Na cozinha, a geladeira est� estragada e os canos da pia est�o sempre entupidos. As condi��es fazem com que uma presa prefira ficar no regime fechado. "� bem melhor que aqui. H� pouco tempo fui pagar um castigo l� na cadeia de Gua�ba e te digo que � melhor", garante.

O albergue foi constru�do de forma emergencial com estrutura de PVC e gesso em 2010. Recentemente, o local recebeu 30 detentas do albergue de Novo Hamburgo, que foi parcialmente destru�do devido a um inc�ndio. "Se eles querem reeducar os presos, t�m de dar estrutura. Nos mandem para casa, deem um tempo para ficarmos em casa e arrumem isso aqui, que com certeza v�rias voltar�o", sugere uma detenta.

As condi��es tamb�m s�o prec�rias para os funcion�rios, que trabalham dentro de cont�ineres. "Eles tiveram de aprimorar para oferecer as condi��es dignas para que eles pudessem trabalhar e oferecer este trabalho �s apenadas de uma forma m�nima para que pudessem assessorar as presas", diz a promotora.

A Susepe reconhece parte dos problemas e diz ter encaminhado t�cnicos ao local para avaliar a repara��o. "Pretendemos resolver os problemas do albergue a tempo de evitar a interdi��o", disse ao G1 o superintendente Gelson Treiesleben.

Treiesleben nega que a liga��o da energia el�trica seja clandestina. Ele diz que a Susepe j� solicitou � Companhia Estadual de Energia El�trica (CEEE) a divis�o das distribui��es do albergue e do Instituto Psiqui�trico Forense. "N�o � uma liga��o clandestina. O que ocorre � que esse albergue foi constru�do no mesmo pr�dio do instituto. O volume de energia foi aumentado para ser disponibilizado para o estabelecimento. A CEEE nos disse que � preciso fazer um desmembramento do terreno, e estamos aguardando", afirmou.



Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir