Categoria Politica  Noticia Atualizada em 24-07-2012

Advogada de Cachoeira garante que ele irá depor na audiência
Assim que chegou ao prédio da Justiça Federal, em Goiânia (GO), para acompanhar a primeira audiência dos envolvidos na Operação Monte Carlo, a advogada que chefia a defesa de Carlinhos Cachoeira, garantiu que o seu cliente irá depor amanhã.
Advogada de Cachoeira garante que ele irá depor na audiência
Foto: noticias.terra.com

Hoje, estão previstos os depoimentos de 14 testemunhas - 10 de defesa e quatro de acusação. Cachoeira e sua mulher, Andressa Mendonça, estão no local para acompanhar as oitivas. Segundo a advogada, o contraventor está deprimido, apesar de tomar medicamentos. "Quem conviveu com ele desde o tempo em que estava preso em Mossoró tem como afirmar que ele está extremamente debilitado", avaliou.

Dora informou que a defesa irá questionar as interceptações telefônicas, que são muito amplas. "Não foi dada à defesa conhecer o universo global dos investigados", disse.

Cristo
O pai de Carlinhos, Sebastião de Almeida Ramos, também acompanha as audiências na Justiça. Antes de entrar no prédio, ele afirmou que o filho não é bicheiro e nunca mexeu com jogo. "Tudo o que ele tem é porque eu passei para ele", justificou, ressaltando que a operação foi encomendada. "É só política." Questionado quanto à inocência do filho, foi categórico. "Inocência? Ele é um Cristo. Vive sofrendo na mão desse povo, como Cristo na cruz", destacou.

O depoimento de Cachoeira e outros réus na Justiça Federal em Goiás é fase fundamental para que o processo avance. As declarações do empresário são aguardadas com ansiedade, pois será a primeira vez em que ele falará sobre o caso. Durante a CPI, Cachoeira chegou a dizer que "ajudaria muito" às investigações, mas somente após sua audiência na Justiça.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir