Categoria Social  Noticia Atualizada em 29-07-2012

Festival de Inverno no ES tem oficina que combina acordeão e concertina
Com o tema "Do prelúdio ao Baião", o Festival de Inverno de Domingos Martins, na região Sudoeste Serrana do Espírito Santo, promove mistura musical que vai do clássico ao popular.
Festival de Inverno no ES tem oficina que combina acordeão e concertina
Foto: g1.globo.com

As oficinas musicais que acontecem durante o evento são uma prova disso. Na comunidade de Melgaço, a 32 quilômetros da sede do município, descendentes de pomeranos participam de aulas de acordeão e concertina e aprendem clássicos de Luiz Gonzaga, um dos homenageados no Festival deste ano.

A oficina tem 16 participantes e acontece na sede da Associação de Moradores da localidade. A americana Jamie Maschler, de 23 anos, é uma das oficineiras. Ela, que toca acordeão, visita o Brasil pela primeira vez e soube do evento por meio de um professor brasileiro. Apesar de não falar português, Jamie é fã do forró, choro e baião, ritmos tipicamente brasileiros. "Estou aprendendo a tocar Asa Branca, que é linda! Pretendo ensinar meus alunos em Seattle", revela.

A maioria dos oficineiros são agricultores da região. Eles levaram para o local de aprendizado outro instrumento, a concertina. A solução encontrada pelo professor Marcelo Caldi foi diversificar. "A princípio, a oficina era só de acordeão, e acabei encontrando tocadores de concertina. Isso tornou a turma bem heterogênea pelos diferentes aprendizados. Acho interessante essa valorização da cultura por meio da música", conta Marcelo.

O mais novo oficineiro é Joelson Orlando Wruck, de 13 anos. Ele convive nas aulas e fora delas com um mestre: Angelino Zaager, 61, que há três anos ensina concertina para comunidades pomeranas de Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá, também na região Sudoeste Serrana do estado. Angelino conta que aprendeu a tocar o instrumento aos oito anos com vizinhos e não parou mais. "Tinha um professor antes, mas foi embora. Não sou profissional, o que sei passo para frente", conta o instrumentista.

Além de ensinar os segredos da concertina, ele é um dos únicos descendentes do Espírito Santo que mantém um local para consertar esse instrumento, que chegou à região há mais de 100 anos com os colonizadores pomeranos. "Não se fabrica mais concertina. Às vezes aproveito a sucata para montar novos instrumentos, que empresto para os alunos treinarem em casa", diz o mestre.

A oficina termina na sexta-feira, 27 de julho, mas deixa a troca de experiências e sonoridades vivenciadas pelos alunos. Sanfona e concertina juntas, combinando cultura pomerana e brasileira.


Conhecimento e tradições são passados de geração em geração.




Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir