Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-08-2012

Morre aos 86 anos o escritor americano Gore Vidal
Vidal era romancista e tamb�m escreveu para a Broadway e a televis�o. Escritor morreu em Los Angeles, v�tima de complica��es de uma pneumonia.
Morre aos 86 anos o escritor americano Gore Vidal
Foto: g1.globo.com

O escritor norte-americano Gore Vidal morreu nesta ter�a-feira (31), aos 86 anos, em sua casa, em Hollywood Hills, Los Angeles, na Calif�rnia, Estados Unidos, informou seu sobrinho ao jornal "Los Angeles Times".

"Vidal morreu em casa, de complica��es de uma pneumonia", afirmou ao jornal o sobrinho Burr Steers.

O escritor era primo do ex-vice-presidente dos EUA Al Gore e meio-irm�o da ex-primeira dama Jacqueline Kennedy. Ele foi romancista e ensa�sta e residiu muitos anos em Ravello, na It�lia. Gore escreveu livros e artigos para peri�dicos do mundo inteiro.

Trajet�ria
Gore Vidal nasceu na Academia Militar de West Point em 3 de outubro de 1925, dentro de uma fam�lia com excelentes contatos no mundo da pol�tica. Era filho de um pioneiro da avia��o americana e foi criado em Washington, D.C., onde seu pai trabalhou para o governo Roosevelt e seu av� foi o senador T. P. Gore.

Estudou na Universidade de Nova Hampshire.

Ele ingressou na literatura quando adolescente, escrevendo contos e poemas. Publicou seu primeiro romance, "Williwaw", aos 21 anos, ao servir �s For�as Armadas durante a Segunda Guerra Mundial. O livro foi escrito a bordo de um navio.

Vidal escreveu 25 romances, incluindo obras hist�ricas como "Lincoln" e "Burr" e s�tiras como "Duluth" - sua produ��o liter�ria girou em torno do romance hist�rico, da s�tira sobre o estilo de vida dos americanos e da fic��o cient�fica. Seus livros mais famosos s�o "� procura de um rei", "O julgamento de Paris" e "A era dourada".

Seu terceiro romance, "A Cidade e o Pilar", abordou sem subterf�gios o homossexualismo, decis�o que escandalizou os cr�ticos quando foi publicado em 1948, mas que abriu um novo terreno na literatura americana.

Seu fasc�nio pela pol�tica foi evidenciado em 1967 no livro "Washington DC", que conta a hist�ria de uma fam�lia de pol�ticos.

Ele tamb�m escreveu sucessos da Broadway, roteiros e dramas para a televis�o. Como roteirista de cinema, Vidal escreveu os textos de "Cal�gula" (1979) e "Paris est� em chamas?" (1966).

Em 1993, obteve o Pr�mio Nacional do Livro dos Estados Unidos por seu ensaio "United States Essays, 1952-1992".

Quando n�o estava escrevendo, aparecia em filmes, interpretando a si mesmo, como em "Roma de Fellini".


Escritor � fotografado em uma sess�o liter�ria na Fl�rida, em 2009.



Vida pessoal e pol�tica
Abertamente bissexual, Vidal retornou ao tema da identidade sexual 20 anos mais tarde, com a s�tira "Myra Breckenridge."

Nos anos 50 passou a sofrer persegui��es por parte dos conservadores liderados pelo senador McCarthy, pois era um cr�tico das posturas belicistas adotadas pelos dirigentes norte-americanos.

Ele tentou v�rias vezes, sem sucesso, ser eleito para cargos pol�ticos. Nos anos 60, teve um papel muito ativo dentro das fileiras mais liberais do Partido Democrata e se apresentou sem sucesso para o posto de congressista pelo estado de Nova York.

Entre 1970 e 1972, presidiu o People�s Party (de tend�ncia liberal), e em 1982 se apresentou como senador pela Calif�rnia e ficou perto de conquistar uma cadeira no Congresso ao obter mais de 500 mil votos.

Nos �ltimos anos, suas opini�es pol�ticas ficaram ainda mais radicais. Vidal foi particularmente �cido com o governo do presidente George W. Bush, a quem chamou uma vez de "homem mais est�pido dos Estados Unidos".

Pol�micas com escritores
Por v�rias vezes, Vidal se envolveu em pol�micas com outros escritores, como uma discuss�o com insultos com o colunista conservador William Buckley diante das c�meras de TV.

Vidal considerava Ernest Hemingway uma piada e chamou Truman Capote de "animal sujo".

Em outro epis�dio famoso, Vidal afirmava que Norman Mailer havia dado uma cabe�ada em seu rosto ao fim de uma discuss�o antes de um programa de televis�o. Vidal tamb�m associou Mailer ao assassino Charles Manson.

Ele elogiou, criticou ou fez piadas de amigos e inimigos como Anais Nin, Tennessee Williams, Christopher Isherwood, Orson Welles, Truman Capote, Frank Sinatra, Jack Kerouac, Marlon Brando, Paul Newman, Joanne Woodward, Eleanor Roosevelt e a fam�lia Kennedys, entre outras celebridades.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir