Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-08-2012

"Queremos que ele pague", diz irmão de mulher morta com o filho no RS
Rafael, irmão de Marcia Calixto, participou de ato de repúdio à violência. Manifestação reuniu amigos e colegas da vítima em Porto Alegre.

Foto: g1.globo.com

Durante ato de repúdio à violência contra a mulher realizado na tarde desta quarta-feira (1) em Porto Alegre, Rafael Calixto, irmão da enfermeira Marcia, assassinada junto com o filho de 5 anos no dia 26 de julho, defendeu a manifestação como maneira de o crime não ser esquecido. "Queremos que ele pague pelo que fez", disse ao G1, sobre o principal suspeito e marido da vítima, que segue internado na capital e teve a prisão preventiva decretada. O protesto reuniu dezenas de pessoas na Praça Montevidéu, no Centro.

"Fiz questão de acompanhar esse ato para que a sociedade não esqueça e que a justiça seja feita. Queremos que o culpado pague pela barbárie que cometeu, queremos ele preso", desabafou Rafael, acompanhado da esposa Elisa e da filha Manuela, de apenas 2 meses. "Trouxemos a pequena porque a Marcia era madrinha dela."
Segundo ele, a irmã vinha sendo verbalmente ameaçada, mas nunca tinha sido agredida fisicamente pelo marido. "Ela não procurou ajuda para não expor o filho e por não acreditar que ele fosse realmente capaz de machucá-los", disse. "A violência acontece em todas as classes sociais e não importa o quanto a mulher queira preservar a família, é melhor denunciar."

O protesto realizado no início da tarde na Praça Montevidéu, no Centro da cidade, foi marcado por lágrimas e falas emocionadas. Ao microfone, Isete Maria Stella, amiga e colega de Marcia, fez um alerta. "Toda ameaça que não é levada a sério é uma tragédia anunciada. É preciso que as vítimas de violência peçam ajuda."

Outra amiga e colega da enfermeira, Eliane Ceccon, disse que é preciso zelo das autoridades no julgamento do caso. "Marcia me contou que o marido a perseguia, vigiava, olhava o celular todos os dias. Teve uma vez que ele ameaçou: "vou te mandar para um lugar onde não vai precisar de celular". Não podem vitimizar o agressor, como se houvesse alguma maneira de justificar essa brutalidade."

Durante a manifestação, os participantes usaram camisetas com a foto de Marcia e o filho Matheus, além de frases pedindo respeito e paz. Ao final do ato, integrantes da Coordenadoria Municipal da Mulher e do Centro de Referência da Mulher Vítima de Violência distribuíram material informativo sobre a Lei Maria da Penha. Mudas de flores foram entregues aos que passavam pelo local.

Delegado foi ao hospital ouvir depoimento
O suspeito foi ouvido informalmente no final da manhã desta quarta-feira (1) pelo delegado responsável pela investigação do crime. Cléber dos Santos Lima, da 1ª Delegacia de Homicídios e Desaparecidos, foi ao Hospital de Pronto Socorro. Acorrentado à cama, sob custódia, o bioquímico aparentava perturbação.

"Ele chorou ao ser questionado sobre o filho. Demonstrou muito distúrbio, ele está muito perturbado", disse o delegado após a conversa com o homem. "Ele admitiu a autoria", completou. O relato do suspeito, no entanto, não será incluído na investigação, já que ele optou por se manifestar oficialmente apenas em juízo.

Ainda conforme o delegado, o homem tentou se matar com uma faca na cena do crime, a própria casa da família, no Bairro Tristeza, na quarta-feira (25), antes de pular de uma ponte na BR-290. Devido a isso, ele se recupera de uma perfuração no pulmão. "Pude entender que houve um surto no momento do crime", afirmou o delegado acrescentando que o suspeito "demonstra muito arrependimento".








Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir