O chefe de Governo italiano, Mario Monti, protestou contra os "estereótipos" que minam a unidade na Eurozona, durante um discurso pronunciado nesta quinta-feira em Helsinki.
Foto: portugues.rfi.f "Parece-me que há risco de desintegração das mentalidades, de crescimento das divergências nas psicologias, uma tendência ao ressurgimento de certos preconceitos e estereótipos", declarou Monti durante um debate sobre o futuro da Europa.
"É como se os velhos fantasmas do ceticismo mútuo europeu tivessem ganhado espaço", lamentou. Segundo Monti, um destes estereótipos é que a Itália tem uma dívida com o resto da Eurozona. No entanto, "somos o terceiro maior contribuinte, em termos de compromisso, para resgatar a Irlanda, Grécia, Portugal e o sistema bancário espanhol".
Por outro lado, a Itália tem "uma das taxas de poupança mais elevadas e um patrimônio financeiro em poder dos cidadãos italianos que cobre a maior parte da dívida nacional", lembrou. Mario Monti, que chegará a Madri nesta tarde para se reunir com o colega espanhol, Mariano Rajoy, se reuniu com os dirigentes finlandeses na quarta-feira para defender as vantagens da compra de dívida com os fundos comuns da Eurozona, sem chegar a convencê-los.
"Sou consciente de que a Itália é um país que foi observado com especial interesse e, em algumas ocasiões, cepticismo por muitos na Europa e no mundo", mas "conseguimos muito nestes últimos oito meses e meio", considerou. "Às vezes há um abismo entre a percepção e as realidades e devemos trabalhar juntos para conseguir um reconhecimento profundo e correto da situação dos outros.
Na Itália, o governo utiliza frequentemente o exemplo da Finlândia para estimular os esforços de saneamento orçamentário e de cumprimento das normas fiscais", afirmou Monti.
Fonte: noticias.terra.com
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