Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-08-2012

Acidente que decapitou adolescente não vai para júri popular em Sergipe
Caso voltou para a 4ª Vara Criminal para que vítimas sejam ouvidas. Família do acusado diz que rapaz não é criminoso.
Acidente que decapitou adolescente não vai para júri popular em Sergipe
Foto: g1.globo.com

Na manhã desta terça-feira (7) os desembargadores do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) decidiram por unanimidade reenviar o processo do acidente que causou a morte de Marcela Christinne Ferreira Santos para a 4ª Vara Criminal de Aracaju. O pedido inicial era que o processo fosse julgado por júri popular. A jovem foi decapitada no acidente de carro que aconteceu no dia 4 de outubro de 2011.

Na decisão, os desembargadores Edson Ulisses, Geni Schuster e Luiz Mendonça entenderam que ainda é cedo para pedir o júri e que é preciso ouvir as testemunhas em juízo e juntar novas provas que atestem que o acidente tenha sido causado pelo consumo de bebida alcóolica ou por excesso de velocidade.Walter Neto, advogado de acusação, disse que mesmo com o pedido de julgamento por dolo eventual (quando, por ingerir bebida alcóolica e infrigir a lei de trânsito, o acusado assume a consequência dos seus atos) ter sido negado o processo ainda tem chances de ir para júri popular.

"A gente entende que os desembargadores não remeteram o processo para o júri porque entenderam que ainda é cedo, mas que existem provas possíveis de serem produzidas durante o processo criminal que pode enviá-lo para decisão da comissão composta pela população", explica.

Já o advogado de defesa do réu, Getúlio Sávio Sobral Neto, está confiante que o caso não vai ser decidid em júrio. "A defesa está extremamente satisfeita, uma vez que, o TJSE reconheceu que a competência é da 4ª Vara Criminal, pois não há nenhuma prova no inquérito que comprove que houve dolo eventual".

A tia de Leonardo Oliveira Esquivel, acusado no inquérito policial por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar), confirma que no inquérito policial consta que os três jovens que estavam no carro consumiram bebida alcóolica em um bar da praia."Eles três compraram sete cervejas, isso é o que está no inquérito. Então precisaria ter prova de quanto Leonardo ingeriu para saber se ele estava dentro da quantidade limite da lei. Às vezes você pode beber um copo, um gole ou não consumir cerveja e estar com um grupo que está bebendo", afirma a tia do réu, Ana Hermínia de Aguiar Oliveira.

Leonardo Esquivel continua morando com o pai em outro estado. A família dele teme que a comoção popular comprometa a integridade física do jovem que chegou a ser internado em uma clínica de repouso na época do acidente.

Entenda o caso
Na tarde do dia 4 de outubro do ano passado Marcela e a irmã gêmea dela, Nathália Monicque, estavam em um carro modelo Fiat/Siena que era conduzido por Leonardo. Eles estavam voltando da praia quando o rapaz perdeu o controle da direção do veículo e colidiu em um poste da Avenida José Sarney, próximo à Orla da Atalaia em Aracaju.

Marcela Christinne, que estava no banco de trás sem cinto de segurança, foi lançada para fora do veículo. Com a força do impacto, a cabeça dela se desprendeu do corpo e rolou por cerca de 20 metros. Um amigo estava com o grupo instantes antes do acidente, mas havia ido para casa de motocicleta. Os demais ocupantes do carro não se feriram.

"A família da vítima continua tentando se recuperar e Nathália voltou a frequentar a faculdade para ocupar a mente. Mas Leonardo com certeza está muito melhor porque está estudando e até tomando cerveja. Já Marcela não volta mais", lamenta Wagner Neto.

A defesa de Leonardo sustenta a hipótese que um desnível na pista tenha ocasionado o acidente. "Aquele local na Avenida José Sarney já provocou três acidentes com mortes. Então é tanta verdade que aquilo também pode ter propiciado a fatalidade que foi feita a reforma logo após o acidente que vitimou Marcela", afirma Getúlio Sávio.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir