Categoria Politica  Noticia Atualizada em 08-08-2012

Ex-mulher de Cachoeira e contador devem ficar calados na CPI
A CPMI que investiga as rela��es de Cachoeira com agentes p�blicos e privados se re�ne hoje para ouvir Andrea Apr�gio, e Rubmaier Ferreira de Carvalho, contador de empresas de fachada que teriam sido usadas pela organiza��o criminosa.
Ex-mulher de Cachoeira e contador devem ficar calados na CPI
Foto: novohamburgo.org

Ambos obtiveram no Supremo Tribunal federal (STF) habeas-corpus para garantir o direito de permanecer em sil�ncio.

A Constitui��o garante aos acusados o direito de n�o produzirem provas contra si pr�prios. A t�tica do sil�ncio vem sendo utilizada por todas as testemunhas ligadas ao contraventor. Foi o que ocorreu ontem com a atual companheira de Cachoeira, Andressa Mendon�a, e o agente aposentado da Pol�cia Federal Joaquim Gomes Thom� Neto.

"Quando as pessoas v�o � CPI e n�o falam nada, � porque elas devem. Meu relat�rio, claro, vai compreender que o fato de algu�m n�o se defender das acusa��es se deve ao medo de se incriminar. E isso ocorre exatamente por causa do v�nculo com a organiza��o criminosa do senhor Carlos Cachoeira", disse o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). O grupo de Cachoeira, de acordo com o parlamentar, est� atuando de maneira organizada nas defesas na CPI e na Justi�a Federal.

Depoentes
Rubmaier Ferreira de Carvalho � considerado pela Pol�cia Federal o administrador de empresas de fachada que servem para "esquentar" as irregularidades do fluxo financeiro das opera��es de Cachoeira. Segundo a PF, Rubmaier tem participa��es na Brava Constru��es e na Alberto & Pantoja, as duas maiores empresas de fachada da rede criada pelo contraventor.

As investiga��es indicam que, entre 2010 e 2011, cerca de R$ 40 milh�es passaram pelas contas banc�rias das duas empresas. As suspeitas decorrem do fato de que as duas empresas, apesar do volume de dinheiro que movimentaram, s� existem nos registros burocr�ticos, uma vez que n�o produzem, n�o t�m funcion�rios nem funcionam no endere�o declarado �s autoridades. Na Opera��o Monte Carlo, da PF, Rubmaier � citado como contador da Brava Constru��es.

Andr�a Apr�gio e Souza foi casada com o contraventor por quase 20 anos. Ap�s a separa��o, ela se tornou dona do laborat�rio Vitapan, empresa supostamente integrante do esquema. A Vitapan tem sede em Goi�nia e passou a ser dirigida por Andr�a ap�s a sa�da dos dois antigos diretores, que s�o irm�os dela.

Um dos irm�os, Apr�gio de Souza, foi preso na Opera��o Monte Carlo sob suspeita de ser o tesoureiro de parte das finan�as ilegais de Cachoeira. Tamb�m h� suspeita de favorecimento do laborat�rio com lobby do senador cassado Dem�stenes Torres (sem partido-GO) na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a explora��o do jogo ilegal em Goi�s, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Opera��o Monte Carlo, da Pol�cia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos ap�s a divulga��o de um v�deo em que Waldomiro Diniz, assessor do ent�o ministro da Casa Civil, Jos� Dirceu, lhe pedia propina. O esc�ndalo culminou na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Bingos e na revela��o do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensal�o.

Escutas telef�nicas realizadas durante a investiga��o da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Dem�stenes Torres (GO), ent�o l�der do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a viola��o do seu sigilo telef�nico n�o havia obedecido a crit�rios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos neg�cios ilegais de Cachoeira. As den�ncias levaram o Psol a representar contra Dem�stenes no Conselho de �tica e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfilia��o da legenda.

Com o vazamento de informa��es do inqu�rito, as den�ncias come�aram a atingir outros pol�ticos, agentes p�blicos e empresas, o que culminou na abertura da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goi�s, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador S�rgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele � amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos �ltimos tr�s anos.

Dem�stenes passou por processo de cassa��o por quebra de decoro parlamentar no Conselho de �tica da Casa. Em 11 de julho, o plen�rio do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco absten��es, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na hist�ria do Senado.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir