Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-08-2012

"Amo todos como se fossem filhos,Amo todos como se fossem filhos", diz voluntário de casa de apoio em SE diz voluntário de casa de
Fred Gomes se dedica a crianças e adolescentes com câncer há 12 anos. Ele leva o filho de 2 anos para conviver com os pacientes.

Foto: g1.globo.com

Fred Gomes conheceu as alegrias e desafios da paternidade antes mesmo de ser pai de Yago, de 2 anos. Há cerca de 12 anos, ele resolveu se tornar voluntário do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) em Aracaju, Sergipe. Atualmente, ele também trabalha no setor administrativo da instituição. "Amo todos como se fossem filhos",diz Gomes ao se referir aos meninos e meninas assistidos pela instituição. A experiência de cuidar de outras pessoas ajudou Fred Gomes a se preparar para exercer a paternidade.

"A gravidez de Yago foi de risco e não planejada, mas muito festejada. Com a experiência no GACC, eu me senti muito mais responsável e preparado para ser pai. Até então eu não sabia o que era um amor de pai porque não tive um, ele foi ausente", revela.

Yago participa do dia a dia da entidade filantrópica. Segundo o pai, o menino brinca com os amigos sem diferenciar as crianças que possuem limitações físicas. "O ser humano não nasce com preconceito, são os pais e a sociedade que ensinam a ter. Quero que meu filho seja capaz de amar e ajudar ao próximo sem distinção, que independentemente da profissão que ele escolher, se preocupe com os outros", afirma Gomes. Já nos primeiros dias de voluntariado, quando ainda tinha 17 anos, Fred se apegou às pessoas com quem passou a conviver. Ele visitava a casa dos pacientes e comparecia aos hospitais onde estavam sendo tratados, mas acabou se afastando dessa atividade porque já não consegue ver pessoas em estado terminal e voltar para casa e brincar com o filho.

"Eu via a situação e ficava depressivo, não conseguia entender porque existem tantas pessoas saudáveis e algumas tão enfermas. Era difícil eu curtir a energia do meu filho sabendo que outros pais não poderiam ter o mesmo privilégio", conta.

Alegrias e dificuldades
Logo no primeiro dia de trabalho, o então voluntário conheceu um rapaz de 15 anos que tinha um braço amputado por conta de um tumor. "Ele me ensinou qual o verdadeiro sentido da vida. Do quanto temos motivos para sermos felizes e vivemos reclamando de tudo, aprendi a minimizar meus problemas e a amar o próximo". Um ano depois, esse jovem não resistiu à doença e morreu O grupo de apoio ajuda cerca de 70 crianças e adolescentes e suas famílias. Eles ficam abrigados e recebem alimentação durante o período necessário para o tratamento contra o câncer. Os pacientes são do interior de Sergipe, Alagoas e Bahia.

A instituição aproximou o voluntário de uma menina de 9 anos que tinha o sonho de conhecer um cantor. Ele conseguiu intermediar esse encontro em um hospital e realizou um dos últimos sonhos da menina, que morreu meses depois. "Eu tinha ela como uma filha mesmo. Um sentimento muito forte, semelhante ao que sinto pelo Yago, que é meu filho de sangue".

Mas apesar desses casos com finais tristes, há mais recuperados do que vítimas da doença. Gomes cita como exemplo um rapaz de 18 anos que se recuperou, está trabalhando e já casou.

Gomes lamenta que nem todos os doentes tenham fácil acesso ao tratamento. "Vale à pena lutar pelo direito dessas pessoas principalmente porque existe cura. O nosso maior problema é a falta de compromisso dos gestores públicos que não oferece condições adequadas para a recuperação de todos". Cerca de 90% da renda que mantém o Gacc é de doações feitas pela população através do telemarketing da instituição.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir