Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-08-2012

ONG relembra um ano da execução da juíza Patrícia Acioli
O movimento Rio de Paz iniciou um ato público em memória da juíza Patrícia Acioli, executada há um ano por combater grupos de extermínio que atuavam na região oceânica de Niterói, e na região metropolitana do Rio de Janeiro.
ONG relembra um ano da execução da juíza Patrícia Acioli
Foto: noticias.terra.com

A organização não governamental (ONG) colocou, no início da praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense, 21 cartazes, com cerca de 1,40m de altura, reproduzindo uma bala de revólver, além de uma faixa: "21 tiros na Justiça: 1 ano do assassinato da juíza Patrícia Acioli."

"É o que a gente chama de gigantismo na fotografia. Cada um desses cartazes representam um dos tiros que matou a juíza", explicou o líder do movimento, Antônio Carlos Costa. Patrícia Acioli foi morta no ano passado quando chegava a sua casa, em Piratininga, e foi executada sumariamente com 21 tiros. Ao todo, dez policiais militares, entre eles o ex-comandante do batalhão de São Gonçalo, tenente-coronel Claudio Luiz Oliveira, foram presos acusados de envolvimento no assassinato da juíza, que combatia grupos de extermínio na região.

"Uma data como essa não pode ser esquecida. Trata-se da morte de uma mulher brasileira, que procurava potencialmente o seu compromisso com a Justiça", relembrou Costa. "A ação é educativa, esperamos que o povo brasileiro aprenda a honrar a memória de pessoas que deram moral a este País. Ela enfrentou com muita coragem esses grupos de extermínio", completou.

Ainda de acordo com o líder do Rio de Paz, na Itália, para celebrar a morte do juiz Giovanni Falcone, executado pela máfia há 20 anos, "os italianos batizaram a árvore em frente à casa dele e sempre se reúnem para celebrá-lo. A gente tem que cultivar os valores democráticos".

Às 18h, na praia de Icaraí, a ONG promove um outro ato público, desta vez na "Árvore da Patrícia", simbolizada da mesma forma que o juiz italiano, os manifestantes vão acender velas e promoverão orações para exaltar a coragem da juíza. Uma caixa de som reproduzirá os 21 disparos que tiraram a vida da magistrada. Está prevista a participação de parentes da vítima.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Investigações apontaram a participação de policiais no crime e, dessa forma, foram denunciados à Justiça 11, que serão levados a júri popular. Todos respondem por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de assegurar a impunidade do arsenal de crimes) e, a exceção de um, também são acusados de formação de quadrilha armada. Entre os indiciados está o tenente-coronel Cláudio Oliveira, que na época comandava o Batalhão da Polícia Militar de São Gonçalo, onde era lotado todo o grupo suspeito. No inquérito, ele é apontado como o mentor da execução.

Fonte: noticias.terra.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir