Categoria Politica  Noticia Atualizada em 15-08-2012

Empresária nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira
"Meu nome foi usado", afirma Roseli Pantoja.
Empresária nega envolvimento com Carlinhos Cachoeira
Foto: noticias.uol.com.br

A comericante Roseli Pantoja disse na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira que seu nome foi usado sem sua autorização e que só soube do suposto envolvimento com o bicheiro Cachoeira pela internet. As informações são da Agência Câmara

"Não tenho nenhum envolvimento com essa quadrilha. Estou aqui para esclarecer o que puder", afirmou Roseli. A empresária corrigiu a grafia do nome dela, que termina com "i", e não com "y", como foi grafado nos inquéritos da Polícia Federal, além de informar que o CPF apontado na documentação da CPI não é o dela, confirmando apenas o endereço.

O relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), afirmou que, pela documentação da PF, cerca de R$ 60 milhões teriam passado por uma conta em nome da deponte. Roseli é apontada como sócia da empresa Alberto & Pantoja Construções. Segundo a PF, trata-se de uma empresa de fachada integrante do esquema criminoso montado por Cachoeira, utilizada para triangular pagamentos ilegais da construtora Delta.

Depois de um longo debate, o vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), manteve a decisão de liberar o ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás Edivaldo Cardoso de Paula. O relator pediu a colaboração de Edivaldo, lembrando que ele foi citado em mais de 500 ligações interceptadas pela PF, mas ele evocou novamente o direito ao silêncio, que foi concedido pelo Supremo Tribunal Federal.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) criticou a impossibilidade de fazer perguntas ao depoente. "O que se está decidindo agora não é sobre o senhor Edivaldo, é o procedimento diante dos senhores Cavendish, Pagot e Paulo Preto. A matéria tem de ser sim revista pela comissão. Porque foi alterada com o jogo em andamento?", afirmou.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.


Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Caroline Costa    |      Imprimir