Categoria Policia  Noticia Atualizada em 18-08-2012

"Não faria isso nem com animais", diz mãe acusada de matar bebê, em GO
Filho de Andressa Prado morreu após ser deixado 4h trancado em carro. Grávida de 9 meses, ela está presa e responde por homicídio doloso.

Foto: g1.globo.com

Presa há quase cinco meses na Casa de Prisão Provisória (CPP), a vendedora Andressa Prado de Oliveira, de 26 anos, alega inocência e chora ao lembrar do filho de 1 ano que morreu depois de ficar por quatro horas fechado dentro de um carro, no Setor Santa Luzia, em Aparecida de Goiânia. "Não fiz aquilo que as pessoas estão falando que eu fiz, que deixei ele lá para morrer de propósito. Não faria isso nem com animais, nenhum bicho merece isso", declara a jovem, que responde por homicídio doloso.

Com autorização da Justiça e do advogado de defesa, o G1 entrevistou Andressa na CPP, nesta semana. Grávida de nove meses, ela diz não ter feito nenhuma avaliação médica desde que foi presa. "Não sei o sexo do bebê e nem como ele está. Inclusive, tenho tido muitos pesadelos preocupada com o estado dele", afirma.

O advogado dela, José Patrício Júnior, informou ao G1 que fez o pedido de realização dos exames, mas não obteve resposta. "Solicitei para o juiz a requisição para ela sair e fazer todo tratamento de pré-natal, mas até agora esse pedido não foi atendido", explica. Entretanto, a gerente de Saúde da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Renata Batista, garante que não recebeu o requerimento e explica que todas as gestantes da unidade recebem atendimento, independente do pedido.

"A Andressa está sendo acompanhada pela instituição desde o dia que ela chegou na carceragem. Temos um posto de saúde que funciona com plantões 24 horas por dia e, além disso, a unidade oferece atendimento de médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da área da saúde. Ela fez há duas semanas todos os exames solicitados por um médico da CPP", garantiu Renata Batista.

Andressa Prado classifica como "muito difíceis" os dias na Casa de Prisão Provisória. "É impossível um dia que não lembro da morte do meu filho. Só tenho deitado e dormido. Só me levanto para ir ao banheiro. O que mais me dói é saber que ele nunca mais vai voltar", lamenta.

Audiência
No último dia 30 de julho, a juíza substituta da 4ª Vara, Sílvia Amado Pinto Monteiro, começou a ouvir as testemunhas do caso, no fórum de Aparecida de Goiânia. No entanto, o procedimento não foi concluído porque algumas delas não compareceram na audiência de instrução.

Por causa das ausências, uma nova audiência foi marcada para o dia 28 deste mês. Nesta data, Andressa deve ser ouvida e, após os depoimentos das testemunhas, a juíza irá decidir se o julgamento vai ou não a júri popular.

O bebê José Ronaldo morreu no dia 27 de março deste ano, após ficar trancado por cerca de quatro horas dentro de um carro. Segundo a própria versão de Andressa, ela colocou o filho para brincar no veículo por volta das 9 horas e, após tomar um remédio para enjoo, se deitou. Ela teria acordado somente por volta das 13h, quando seu namorado, que não é o pai do bebê, a chamou e deu a notícia que a criança estava morta.

No dia seguinte à morte da criança, três testemunhas prestaram depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia e afirmaram que Andressa já havia tentado matar o filho outras vezes.

Promotoria
O G1 entrou em contato com 5ª Promotoria de Justiça de Aparecida de Goiânia, responsável por atuar na 4ª Vara Criminal, local onde serão realizadas as audiências das testemunhas e também da acusada Andressa Prado, mas segundo a secretária da promotora Renata Oliveira, ela estava em uma audiência, na quinta-feira (16) e, por isso, não poderia falar sobre o caso.


Andressa Prado Oliveira está presa na CPP desde o último mês de março.



Filho de Andressa que foi encontrado morto dentro
de carro.




Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir