Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 22-08-2012

O “MAL DO SÉCULO”
“A preocupação deveria levar-nos à ação e não à depressão”, Karen Horney.
O “MAL DO SÉCULO”

Uma onda de sucessivos suicídios tem deixado a sociedade sul capixaba em estado de alerta. Sendo a autopreservação um dos, senão o maior, instinto humano, então o que leva uma pessoa a cometer tal ato?

Conforme o portal Banco de Saúde, "há mais ou menos um século, tanto o sociólogo Émile Durkheim, quanto o psicanalista Sigmund Freud apresentaram algumas explicações. Durkheim, não surpreendentemente, viu as causas do suicídio em fatores sociais, como por exemplo, a incapacidade que uma pessoa tem de se integrar na sociedade, enquanto Freud enraizou sua explicação em impulsos instintivos, especialmente no que ele chamou de Instinto de Morte".

Estudos recentes apontam que a depressão, dependência química, transtorno bipolar, transtorno de personalidade, anorexia e esquizofrenia são as principais causas, ou seja, a maioria das pessoas que cometem suicídio tem algum transtorno mental.

Ainda conforme o Banco de Saúde, Em 2005, estudiosos no assunto proporam que "as pessoas que se matam devem cumprir duas condições, além de se sentirem deprimidas e desesperadas. Primeiro, elas devem ter um forte desejo de morrer. Isso geralmente se dá quando as pessoas sentem que são uma carga intolerável sobre os outros, e também quando não se sentem parte de um grupo, e nem possuem alguém que possa lhes transmitir um sentimento de integração. Em segundo lugar, e mais importante, as pessoas que conseguem cometer suicídio apresentam capacidade para cometer tal ato. Isto pode parecer óbvio, mas ninguém, até então, tinha tentado descobrir porque algumas pessoas são capazes de se matarem, enquanto outras não. Não importa o quão sério alguém deseje morrer, o suicídio não é uma coisa fácil de fazer, pois o instinto de autopreservação é muito forte".

De acordo com o estudo sobre o suicídio, existem várias maneiras de uma pessoa que deseja morrer desenvolver a capacidade de sobrepor-se ao instinto de autopreservação. Uma delas é treinando. Em muitos casos, uma primeira tentativa de suicídio é tímida, com cortes rasos ou uma ligeira overdose. Somente após várias tentativas que as ações são fatais.

Uma compreensão mais apurada dos fatos que levam as pessoas a cometerem suicídio pode auxiliar, e muito, os clínicos a avaliar o grupo de risco, e encontrar novos métodos de tratamento. A psicoterapia pode ajudar a desencorajar as pessoas a se machucarem, diminuindo a probabilidade de que muitas venham a cometer suicídio.

O problema é que muitos não procuram ajuda profissional porque os primeiros sintomas dos transtornos que acarretam nesta fatalidade, inicialmente, são boicotados pelo próprio ego e isso, com o estresse do mundo moderno, aliado a procrastinação (adiamento das ações ou trabalho, resultante de sensação de culpa por não cumprir seus compromissos) geram a ansiedade que causa desgaste físico e psíquico deixando o sujeito fragilizado, ou seja, deprimido.

Embora seja costume deixar tudo para "última hora", esse adiamento pode se tornar um problema crônico e acabar causando alguma desordem psíquica, levando o indivíduo também ao que chamo de "mal do século", a depressão e, em seguida o suicídio.

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir