Categoria Meio ambiente  Noticia Atualizada em 22-08-2012

Cinco peixes-bois amazônicos são devolvidos à natureza, no AM
Animais estavam sob os cuidados do Instituto Mamirauá desde filhotes. Espécimes foram soltos em área de retenção no Igarapé do Juá Grande.
Cinco peixes-bois amazônicos são devolvidos à natureza, no AM
Foto: g1.globo.com

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, localizada entre as bacias hidrológicas do Rio Japurá e do Rio Negro, distante cerca de 600 km a oeste de Manaus, reintroduziu no sábado (18) cinco novos peixes-boi amazônicos sobreviventes de caçadores ou de acidentes com redes de pesca. Os animais até então, estavam sob os cuidados do Centro de Reabilitação de Peixe-Boi Amazônico de Base Comunitária, mantido pelo Instituto Mamirauá na Reserva Amanã.

De acordo com informações do Instituto Mamirauá, todos os animais devolvidos à natureza chegaram ao Centro de Reabilitação ainda filhotes. "O mais velho deles, de nome Piti, tem idade estimada de quatro anos e meio e é considerado um peixe-boi juvenil. Temos ainda Alagoilton e Negão, ambos com três anos, e Jovenal e Benguela, com idade estimada em dois anos, sendo considerados filhotes", informou disse a oceanógrafa Miriam Marmontel, coordenadora do Projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert).A operação de soltura, iniciada pela parte da manhã do sábado, envolveu uma equipe de catorze de pessoas, entre tratadores, veterinários e apoio. Para o transporte dos animais, do cativeiro semi-natural onde viviam até o igarapé do Juá Grande, curso d´água estreito e com grande oferta de plantas aquáticas, foram necessárias, além de muita força e cuidado, três viagens de voadeira, espécie de lancha rápida.

Com um tempo de viagem de aproximadamente 25 minutos, os peixes-bois eram transportados envoltos em toalhas e constantemente molhados pelos tratadores. "Um cuidado necessário para evitar a desidratação da pele dos bichos", explicou disse a oceanógrafa Miriam Marmontel. Já na chegada ao igarapé do Juá Grande, os peixes-boi foram içados da voadeira e inseridos em uma área de contenção para que os veterinários pudessem observar as reações dos animais ao ambiente e ao estresse causado pelo transporte.Segundo a oceanógrafa, após cerca de quatro horas, todos os animais já haviam deixado a área de contenção. "O primeiro a sair da área foi o Piti, que demorou cerca de uma hora e meia para tanto, mas logo se embrenhou no emaranhado de plantas aquáticas do igarapé", contou Miriam. Dos cinco peixes-bois, apenas Alagoilton não recebeu em sua cauda um cinto equipado com um transmissor de sinais de rádio, devido à estreiteza de sua "cintura". "Através deste transmissor os pesquisadores do Projeto Aquavert poderão monitorá-los diariamente por dois anos", explicou a oceanógrafa.

Esta é a primeira vez que o Instituto Mamirauá realiza um evento de reintrodução autorizado pelo Ibama. "Não há uma estimativa do tamanho da população natural de peixe-boi amazônico, mas acredita-se que essa população não esteja estável, mas em declínio. Essa é a grande preocupação, por isso que se continua protegendo e estamos buscando, de todas as formas, reverter esse quadro", concluiu a coordenadora do Projeto Aquavert.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir