A Justi�a argentina deu in�cio nesta quarta-feira a audi�ncias do maior julgamento de crimes cometidos durante a chamada "guerra suja", entre 1976 e 1983, no regime militar do pa�s.
Foto: www.bbc.co.uk Sessenta e oito ex-oficiais enfrentam quase 800 acusa��es de sequestro, tortura e assassinato associadas � escola naval de elite do pa�s, a Escola Mec�nica da Armada (Esma), que abrigou um centro de deten��o clandestino.
Entre os r�us est� Alfredo Astiz, conhecido como o "anjo loiro da morte", e oito pilotos dos chamados "voos da morte", em que corpos de prisioneiros pol�ticos eram atirados de avi�es no rio da Prata e no oceano Atl�ntico. O julgamento pode durar dois anos.
Dezenas de milhares de argentinos foram sequestrados e mortos pela junta militar que governou o pa�s. Cinco mil deles foram detidos na Esma, em Buenos Aires. Poucos sobreviveram, e muitos corpos jamais foram recuperados.
Voos da morte
Pela primeira vez, a Argentina julgar� os pilotos dos voos da morte, incluindo o ex-tenente Julio Poch, extraditado da Espanha � Argentina em 2010 ap�s supostas confiss�es.
Outro r�u � o ex-capit�o da Marinha Emir Sisul Hess, que supostamente contou a parentes das v�timas como estas "ca�am como formigas" de seu avi�o.
O julgamento � parte de uma s�rie de iniciativas legais da Argentina contra militares associados � ditadura.
As iniciativas come�aram em 1983, ap�s a queda do regime, mas o presidente Ra�l Alfons�n encerrou os julgamentos em 1986, argumentando que o pa�s precisava olhar ao futuro e n�o ao passado.
Tr�s leis de anistia a crimes cometidos na "guerra suja" foram aprovadas em 1986 e 1987. Elas foram revogadas em 2003. Desde ent�o, diversas altas figuras do regime foram condenadas, incluindo os presidentes Jorge Videla e Reynaldo Bignone.
O general Videla j� havia sido condenado por homic�dio, tortura e sequestro em 1985, mas recebeu indulto do ent�o presidente Carlos Menem em 1990.
Alfredo Astiz tamb�m foi condenado, no ano passado, por ter participado da infiltra��o de grupos esquerdistas e sua dela��o ao regime.
Maior julgamento
Outros oficiais da Esma j� foram julgados previamente, mas o julgamento iniciado nesta quarta "ser� o maior de crimes cometidos contra a humanidade", disse � Associated Press o advogado de direitos humanos Rodolfo Yanz�n.
"H� 68 r�us e estimadas 900 testemunhas."
Entre as testemunhas est� Graciela Palacio Lois, cujo marido, Ricardo, nunca retornou de um encontro da Juventude Peronista em 1976.
Ela se diz nervosa. "Uma coisa � olhar para eles (r�us) do outro lado do vidro. Outra coisa � sentar no banco de testemunhas com eles na sua frente."
Fonte: www.bbc.co.uk
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