Noticias - Confrontos entre islamistas e opositores deixam 2 mortos no Cairo

Confrontos entre islamistas e opositores deixam 2 mortos no Cairo

Mais de cem pessoas ficam feridas em manifesta��es contra decretos presidenciais e nova Constitui��o.
Confrontos entre islamistas e opositores deixam 2 mortos no Cairo

Foto: www.estadao.com.br

CAIRO - Manifestantes contra e a favor do presidente do Egito, Mohamed Morsi, armados com pedras, peda�os de madeira e coquet�is molotov, entraram em choque nesta quarta-feira, 5, diante do pal�cio presidencial, no Cairo. Duas pessoas morreram, ambas ligadas a grupos opositores, e 126 ficaram feridas. Logo depois, a crise pol�tica se agravou com o pedido de demiss�o de tr�s assessores de Morsi.

Com as sa�das de Seif Abdel Fattah, Ayman al-Sayyad e Amr al-Leithy, j� s�o seis os integrantes da equipe presidencial que renunciaram desde a semana passada, quando o presidente Morsi promulgou uma s�rie de decretos que o torna virtualmente imune ao Judici�rio e impede que ju�zes interfiram na Assembleia Constituinte.

A pol�tica eg�pcia est� dividida em dois campos opostos: islamistas e seculares. Grupos laicos, de esquerda, estudantes e nacionalistas acusam o governo da Irmandade Mu�ulmana - o primeiro eleito democraticamente no Egito - de tentar impor leis religiosas e retomar os poderes ditatoriais de Hosni Mubarak, deposto no in�cio de 2011.

Em protesto, l�deres da oposi��o e da comunidade crist� copta retiraram-se da c�mara que formulava a nova Constitui��o. Os delegados que abandonaram a assembleia foram substitu�dos por pol�ticos religiosos.

Sob forte press�o, Morsi afirmou que os decretos eram provis�rios e tinham por objetivo proteger os trabalhos do painel constituinte. Para resolver o impasse e temendo que o Judici�rio dissolvesse a assembleia, a comiss�o que vinha redigindo a Carta concluiu os trabalhos �s pressas. O esbo�o do texto foi aprovado na segunda-feira e ser� levado a referendo no dia 15.

Pancadaria. Na ter�a-feira, no entanto, as manifesta��es continuaram. Mais de 100 mil pessoas foram �s ruas do Cairo para protestar contra os excessos religiosos da nova Constitui��o, a falta de prote��o dos direitos humanos - como liberdade das mulheres e de express�o - e os privil�gios e autonomia das For�as Armadas em rela��o ao poder civil.

Os confrontos desta quarta-feira come�aram quando milhares de partid�rios de Morsi, a maioria filiados � Irmandade Mu�ulmana, marcharam at� uma �rea em frente ao pal�cio presidencial, onde cerca de 300 opositores estavam acampados em protesto contra os decretos feitos pelo presidente.

Ap�s serem expulsos � for�a do local, os opositores de Morsi receberam refor�o de centenas de estudantes, que come�aram a lan�ar coquet�is molotov contra os simpatizantes do presidente, que responderam com pedras e peda�os de pau.

Jornalistas e blogueiros que registravam os protestos foram agredidos por simpatizantes do presidente. Imagens postadas ontem na internet mostraram a persegui��o a rep�rteres e fot�grafos nas proximidades do pal�cio presidencial. A pancadaria seguiu at� a chegada da pol�cia antidist�rbio.

Mohamed ElBaradei, Pr�mio Nobel da Paz de 2005 e um dos principais l�deres da oposi��o, acusou o presidente de orquestrar um "ataque deliberado" contra manifesta��es pac�ficas. "Na minha opini�o, isso � o fim de qualquer legitimidade que o regime ainda tinha", disse ElBaradei. "A revolu��o n�o foi feita para isso. Foi feita por princ�pios, pela liberdade e pela democracia."

Pedido de calma

Dentro do pal�cio, o vice-presidente do Egito, Mahmoud Mekki, afirmou que o referendo sobre a nova Constitui��o ser� realizado no dia 15, como planejado, apesar dos protestos. "H� real vontade pol�tica de responder �s demandas do p�blico", afirmou Mekki. Ele calcula que os artigos em disputa sejam cerca de 15 de um total de 234.

De acordo com o vice-presidente, emendas � Constitui��o poderiam ser propostas pelo novo Parlamento, que ser� eleito ap�s o referendo. "A porta para o di�logo est� aberta para aqueles que se op�em ao esbo�o da Constitui��o."

O premi� Hisham Kandil pediu calma � popula��o para que o processo de di�logo pol�tico possa ter alguma chance de sucesso. O primeiro-ministro eg�pcio tamb�m pediu a todos os manifestantes que se retirassem da frente do pal�cio presidencial.

Com AP, NYT e Reuters

Fonte: www.estadao.com.br

Por: Maratimba.com | Imprimir