Exército reforça segurança depois de violentos combates entre partidários e opositores do presidente deixarem cinco mortos e mais de 600 feridos.
Foto: ultimosegundo.ig.com.br Tanques do Exército do Egito foram posicionados em frente ao palácio presidencial no Cairo nesta quinta-feira, após violentos choques entre partidários e opositores do presidente Mohammed Morsi no local deixarem ao menos cinco mortos e mais de 600 feridos.
Seis tanques e dois veículos blindados da Guarda Revolucionária, unidade de elite responsável pela proteção do presidente, foram estacionados na quinta-feira do lado de fora do palácio e nas ruas próximas. O chefe da Guarda, Mohammed Zaki, buscou assegura a população de que suas forças não tomarão lados. "Não seremos uma ferramenta para reprimir manifestantes. Nenhum tipo de força será usada contra os egípcios", afirmou, em declaração à agência oficial Mena.
Grupos de oposição acusam Morsi de se apropriar ditatorialmente de amplos poderes por meio de um decreto para impor a nova Constituição , redigida por uma assembleia dominada por políticos islâmicos. A Constituição será promulgada se for aprovada num referendo na semana que vem.
Na quarta-feira, partidários e opositores trocaram ataques com pedras, paus e bombas em frente ao palácio. De acordo com o Ministério da Saúde, 644 foram feridos - alguns foram espancados, outros tiveram ferimentos a bala e outros inalaram gás lacrimogêneo. A violência também se espalhou para outras cidades, com confrontos em Suez, Ismailia e Mahallah.
A situação estava mais calma na manhã desta quinta-feira, com milhares de partidários de Morsi acampados em frente ao palácio após expulsarem opositores do local. Estes, por sua vez, convocaram novos protestos no local, o que pode causar novos enfrentamentos.
Na tentativa de conter a crise, Morsi deve fazer um discurso à nação nesta quinta-feira. De acordo com um assessor, o presidente pretende "estender a mão para a oposição e abrir o diálogo". "Há várias ideias sobre a mesa", afirmou.
Na quarta-feira, o vice-presidente do Egito, Mahmoud Mekki, afirmou que o referendo será realizado no dia 15, como planejado, apesar dos protestos que, segundo ele, não são a forma correta de solucionar a crise. "Há real vontade política de responder às demandas do público", afirmou. "A porta para o diálogo está aberta para aqueles que se opõem ao esboço da Constituição."
O esboço da nova Carta, aprovado às pressas, é acusado de não proteger alguns direitos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão, e de abrir a porta para uma aplicação mais rigorosa da lei islâmica ( sharia ).
Com AP, AFP e Reuters
Fonte: ultimosegundo.ig.com.br
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