Categoria Educa�ão  Noticia Atualizada em 08-12-2012

Cremesp responsabiliza MEC pelo fraco desempenho de formandos de medicina
O MEC tem �grande responsabilidade� sobre o fraco desempenho dos formandos em medicina no exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de S�o Paulo (Cremesp), disse o presidente da entidade, o m�dico Renato Azevedo J�nior.
Cremesp responsabiliza MEC pelo fraco desempenho de formandos de medicina
Foto: www.ebc.com.br

De acordo com ele, o minist�rio tem conhecimento, por meio do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), da baixa qualidade de diversas faculdades de medicina, mas n�o est� agindo para puni-las

"Entre as faculdades que participam do Enade t�m pelo menos 16 que por tr�s anos consecutivos tiraram conceitos 1 e 2. Um conceito ruim, porque o Enade vai de 1 a 5. E o que ocorreu com essas faculdades? Quais foram as provid�ncias tomadas? Nenhuma. Elas continuam funcionando com o mesmo n�mero de alunos", disse Azevedo em entrevista � Ag�ncia Brasil.

"O MEC tem o dever, inclusive, de fechar essas escolas. Ou obrig�-las a readequar no sentido da qualidade da forma��o do m�dico. N�s queremos demonstrar, e vamos levar isso ao MEC, de que � urgente que se fa�a alguma coisa para melhorar o ensino m�dico no Brasil", acrescentou.

Ontem (7), o Cremesp divulgou o resultado da prova aplicada, em novembro, em todos os formandos dos cursos de medicina no estado de S�o Paulo. Mais da metade dos alunos rec�m-formados foram reprovados, n�o alcan�aram a nota m�nima exigida, de 60%.

Dos 2.411 participantes, 54,5% acertaram menos de 60% da prova, ou seja, menos de 71 das 120 quest�es. O exame contou com a presen�a de 2.525 estudantes das 28 escolas m�dicas paulistas que funcionam h� mais de seis anos. Foi a primeira vez que todos os formandos foram obrigados a fazer a prova � sem a necessidade de aprova��o � para poder retirar o registro m�dico.

"[O resultado] n�o surpreendeu no sentido de que � um resultado semelhante ao que a gente j� vinha tendo nos outras sete edi��es. Por outro lado, � uma coisa muito preocupante. O aluno que n�o consegue acertar 60% de uma prova desse tipo, de aferi��o do conhecimento m�nimo, tem problemas na forma��o e vai ter dificuldades para exercer uma medicina de boa qualidade", disse Azevedo.

Para o diretor do Associa��o M�dica Brasileira, Jos� Luiz Bonamigo, o fraco desempenho dos estudantes pode ser explicado pela estrutura deficiente das faculdades, a p�ssima avalia��o interna dos alunos e � falta de puni��o �s escolas ruins . "A gente, hoje, tem faculdades n�o s� privadas, mas p�blicas, que abrem sem ter um hospital, sem ter uma rede de postos de sa�de credenciada para os alunos poderem atender aos pacientes", declarou.

"A defici�ncia do ensino m�dico � uma realidade h� alguns anos no Brasil. Os alunos n�o t�m um campo de est�gio adequado e a avalia��o � muito ruim durante o curso. � rar�ssimo voc� ter durante o curso algum aluno reprovado, isso tanto nas mais novas como nas tradicionais", acrescentou.

Al�m de colocar os pacientes em risco, Bonamigo destaca que os m�dicos malformados sobrecarregam o sistema p�blico de sa�de e desperdi�am recursos. "Esses m�dicos malformados geralmente t�m dificuldade em fazer um diagn�stico correto com as ferramentas mais importantes que a gente tem, que s�o a hist�ria cl�nica e o exame f�sico do paciente. Solicitam muitos exames e sobrecarregam o sistema de sa�de. E, mesmo com o resultado, n�o sabem dar o andamento correto. Um risco social de sa�de e um risco de gest�o do sistema. M�dicos caros e poucos eficientes", disse.

O Minist�rio da Educa��o informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que desconhece as bases das provas que serviram para a avalia��o dos estudantes no Cresmep. "N�o cabe portanto, neste momento, nenhuma considera��o a respeito".

O MEC ressaltou que, em rela��o �s defici�ncias das faculdades de medicina do estado de S�o Paulo, assim como no resto do pa�s, mant�m uma constante avalia��o dentro do Sistema Nacional de Avalia��o do Ensino Superior. "O ciclo de avalia��o do ensino superior � de tr�s anos. As escolas de medicina que est�o abaixo da m�dia 3, no CPC [Conceito Preliminar de Curso] ou no IGC [�ndice Geral de Cursos], dever�o ser reavaliadas no ano que vem. Se mantiverem a mesma avalia��o ser�o sancionadas [punidas]. Al�m do processo de supervis�o, poder�o ter suspenso seu processo de sele��o", disse em nota.

Fonte: www.ebc.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir