Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-12-2012

Exército pede "diálogo" entre oposição e presidente no Egito
País tem sábado calmo após protestos anti-Morsi da véspera. Governo afirmou que admite adiar referendo sobre polêmica Constituição.
Exército pede
Foto: g1.globo.com

O exército do Egito anunciou neste sábado (8) em um comunicado que "o diálogo é o melhor e o único caminho" para resolver a crise que opõe o presidente islamita Mohamed Morsi e a oposição após mais de duas semanas.

Do contrário, "entraríamos em um caminho escuro que levaria a um desastre. Não podemos permitir isso", disse o porta-voz das Forças Armadas em um comunicado, que constitui a primeira reação oficial do exército sobre os distúrbios.

Os arredores do palácio presidencial do Cairo estavam em calma nesta manhã, após outra noite de manifestações dos opositores do presidente.

Ao redor do edifício, em Heliópolis, no grande subúrbio da capital egípcia, os soldados estavam mobilizados nos postos de controle e junto às cercas instaladas nas ruas adjacentes.

Na véspera, cerca de 10 mil manifestantes se reuniram no mesmo local para protestar contra Morsi, acusado de estar submetido à Irmandade Muçulmana.

Muitas pessoas pularam a cerca e invadiram o perímetro de segurança, mas não conseguiram chegar ao palácio.

Mais de uma centena de manifestantes dormiram nas barracas instaladas nas imediações do palácio e em uma mesquita adjacente.

"Estou disposto a morrer. Todos estão dispostos a morrer aqui. Eu me oponho à violência, mas, se nos oprimirem, teremos que reagir", declarou um deles.

O homem admitiu que o "diálogo" com o poder precisava ser estabelecido antes de 15 de dezembro, data do referendo sobre o projeto de Constituição que divide profundamente o Egito.

A sexta-feira foi batizada de "dia do cartão vermelho" para denunciar o decreto de 22 de novembro através do qual Morsi estendeu seus poderes e protegeu suas decisões contra qualquer recurso judicial, assim como o projeto de Constituição.

Seus opositores afirmam que este projeto abriria caminho para uma extensão da lei islâmica e ofereceria poucas garantias para as liberdades.

No entanto, o vice-presidente Mahmud Mekki explicou que Morsi estava disposto a adiar o referendo se a oposição garantisse que não questionará o chefe de Estado já que, segundo a lei, a votação deve ocorrer duas semanas após a apresentação do texto ao presidente.


Bottom anti-Morsi jogado ao chão próximo ao Palácio Presidencial do Cairo, no Egito, neste sábado (8) (Foto: AFP)




Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir