Noticias - Amante de armas e generosa: amigos descrevem mãe de atirador

Amante de armas e generosa: amigos descrevem mãe de atirador

Nancy Lanza era uma mãe carinhosa, generosa, alegre e estava sempre presente para seus filhos.
Amante de armas e generosa: amigos descrevem mãe de atirador

Foto: noticias.terra.com

Ao mesmo tempo, tentava garantir que sua família fosse reservada, possuía um arsenal de armas de alto poder de fogo e estaria se preparando para distúrbios sociais oriundos de uma crise econômica. Após o massacre de 26 pessoas - incluindo 20 crianças - levado a cabo em uma escola primária por seu filho mais novo, Adam Lanza, 20 anos, descrições começam a emergir sobre a vida familiar dessa mãe, morta pela caçula, possivelmente com quatro tiros na cabeça.

De acordo com moradores de Newtown, no Estado americano de Connecticut, e conhecidos de Nancy ouvidos pela agência AP, ela era uma cliente frequente do bar My Place. Duas ou três noites por semana, ela ia ao local para comer saladas, mas costumava ficar para a degustação de vinhos. Ela também seria apreciadora de cerveja.

Jim Leff, que costumava se encontrar com Nancy no My Place, diz que a mulher era muito generosa. Ele conta que uma vez negociava um empréstimo a um amigo comum no bar, quando Nancy escutou a conversa e resolveu ela mesma assinaria um cheque enquanto Leff exigia uma contrapartida.

"Nancy ouviu a discussão, e, sem piscar, disse que ela assinara o cheque ali mesmo. Embora eu esteja longe de ser o cara mais generoso do mundo, não é sempre que eu me sinto mesquinho. Eu aprendi que eu deveria ter escrito aquele cheque. Ela estava certa", escreveu Leff em seu blog após a tragédia.

Nancy também seria muito reservada. Vizinhos a conheciam das reuniões de mulheres que aconteciam uma vez por mês em casas escolhidas por rodízio e em que se jogava bunco, um jogo de dados. Apesar de marcar presença, ela sempre pulava a vez dela de sediar o evento. A casa da família, grande e espaçosa, seria mantida em sigilo. Vizinhos entrevistados após a tragédia dizem jamais ter entrado na residência e que, quando tocavam na campainha, ela sempre aparecia já do lado de fora após usar uma porta lateral.

Nancy Lanza trabalhava como corretora na empresa de seguros John Hancock. Contudo, depois de se divorciar do marido - um bem-sucedido executivo - em 2009, ela teria deixado de trabalhar para focar nos cuidados ao filho mais novo, que sofria da síndrome de Asperger.

No divórcio, ela ficou com a casa e uma pensão que seria de US$ 200 mil anuais, o suficiente para ela não precisar mais trabalhar um dia em sua vida, o que era o desejo do ex-marido, segundo Marsha Lanza, ex-cunhada de Nancy. O divórcio não teria sido litigioso, e Peter teria o direito de visitar os filhos.

Divorciada, loira, magra e com 52 anos, ela teria como principais hobbies o time de beisebol Boston Red Sox - para o qual possuía ingressos para a temporada -, jardinagem e um entusiasmo crescente por tiro ao alvo. Diz-se que ela inclusive costumaria levar os filhos, Adam e Ryan Lanza, 24 anos, para atirar. Conhecidos entrevistados por repórteres após ao massacre se referiram a ela como amante de armas.

Ela possuía cinco armas em casa, todas registradas legalmente. Três delas foram usadas por Adam para matar 26 pessoas na escola Sandy Hook, uma quarta foi deixada no carro.

Nancy faria parte do movimento "prepper", que indica que as pessoas devem se preparar para o caos social com estoques de comida e treinamento de armas. "Ela se preparava para o pior", disse Marsha a repórteres. "Na última vez que a visitei, ela falou sobre isso e perguntou se eu estava preparar para o que poderia acontecer quando a economia entrar em colapso?"

No entanto, John Bergquist, que conhecia Nancy do My Place e a via uma vez por semana, nega que ela estivesse estocando armas para sobreviver ao caos social. "Eu sei que ela tinha armas de fogo e gostava de tiro ao alvo. Mas ela era um exemplo de proprietária de armas responsável", disse a rede de notícias NBC.

Ele diz que Nancy era uma pessoa muito alegre, mas que falava pouco de seu filho mais novo - ela se referia mais ao mais velho, Ryan. Ainda assim, sempre falaria bem de Adam, apesar de ser notório que ele daria muito trabalho a ela. "Eu só sei que ela falava com muito carinho dele", disse Bergquist. Ele também disse que Adam estava se preparando para ir para a universidade. "Ela iria vender a casa e se mudar para qualquer lugar no país que ele quisesse ir".

Conhecidos também afirmaram que, na última semana, Nancy tinha relatado que temia perder o filho. "Ela disse que (a relação com o filho) estava ficando pior. Ele estava tendo dificuldades de se comunicar com ele", disse um amigo que não quis se identificar à agência AP. Contudo, Marsha Lanza, a ex-cunhada, disse que Nancy nunca se sentira ameaçada. "Ela teria falado sobre isso".

Fonte: noticias.terra.com

Por: Maratimba.com | Imprimir