Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-12-2012

Emissário da ONU pede mudança real com governo de transição na Síria
Governo dirigiria o país até a celebração de eleições. "A mudança reclamada não pode ser cosmética", afirmou Lakhdar Brahimi.
Emissário da ONU pede mudança real com governo de transição na Síria
Foto: g1.globo.com

O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, pediu nesta quinta-feira (27) uma mudança "real" com um governo de transição com plenos poderes que dirigiria o país até a celebração de eleições, para acabar com 21 meses de conflito, durante uma entrevista coletiva em Damasco.

"É necessário formar um governo com todos os poderes (...) que assumirá o poder durante o período de transição. Este período transitório terminará com eleições", declarou o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, sem fixar prazos.

Brahimi não informou o que aconteceria com o presidente sírio Bashar al-Assad, nomomento em que a Rússia desmentiu ter concluído um acordo com os Estados Unidos para que o presidente permaneça em seu cargo até o fim de seu mandato atual, em 2014, sem poder ser candidato à reeleição.

"A mudança reclamada não pode ser cosmética, o povo sírio precisa e reclama uma mudança real, e isto todo o mundo entendeu", completou.

Uma fonte diplomática do Conselho de Segurança da ONU indicou na quarta-feira que Brahimi não recebeu o apoio de nenhuma das partes desde que chegou à Síria, no último domingo.

Assim, não haveria nenhuma vontade negociadora por parte do presidente sírio, com quem Brahimi se reuniu na segunda-feira. O chefe de Estado se apoia em uma "jovem guarda" partidária de uma guerra sem concessões, segundo os especialistas.

Por sua vez, os rebeldes também rejeitaram "as soluções propostas por Brahimi" e insistiram que Assad e todas as autoridades políticas, militares e de segurança devem deixar o poder, indicaram os comitês locais de coordenação (LCC).

O Conselho de Segurança da ONU tampouco forneceu ao emissário internacional "o tipo de apoio de que necessita", considerou esta fonte diplomática.
Brahimi deverá se reunir com líderes russos no sábado a pedido seu, indicou Moscou.

A violência na Síria provocou mais de 45 mil mortes, em sua maioria de civis, desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad há 21 meses, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido e que conta com uma ampla rede de ativistas e de fontes médicas.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir