Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-01-2013

Internação compulsória a usuários de drogas gera polêmica
Dependentes químicos, que não têm domínio sobre a própria saúde, podem ser internados contra vontade para tratamento médico.
Internação compulsória a usuários de drogas gera polêmica
Foto: www.atribuna.com.br

A medida polêmica foi anunciada nesta semana pelo governador Geraldo Alckmin e deve ser implantada, primeiramente na capital, até o dia 14 de janeiro.

Santos ainda realiza um estudo sobre o assunto. Segundo a Prefeitura, as secretarias de Saúde, Assistência Social e Segurança devem formular, em conjunto, uma nova política de atenção à população em situação de rua e toxicodependente.

Para o presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Tabaco, Álcool e outras Drogas (Comad), Francisco Artur Cabral Gonçalves, não há um consenso sobre a internação compulsória de usuários de drogas.

"Aqui mesmo (no Comad), entre os conselheiros, o tema é controverso, com opiniões distintas. Particularmente, acho que é válida a internação compulsória quando ela é uma medida para preservar a vida", defende Gonçalves.

Entretanto, ainda de acordo com ele, o grande desafio vem depois do tratamento. "Essas pessoas já perderam a cidadania e o vínculo familiar. Fazer a inserção social, para que elas não retornen às drogas, é necessário. Mas, é o mais complicado", conclui.

Conforme a medida anunciada por Alckmin, após o atendimento inicial, os casos graves daqueles que recusarem tratamento poderiam ter a internação determinada pelo juiz, desde que médicos atestem que a pessoa não tenha domínio sobre a sua condição física.

"É muito importante garantir o acesso e agilizar o processo de internação, sempre cuidando para que não haja abuso", explica a coordenadora de Saúde Mental e Álcool, da Secretaria de Estado da Saúde, Rosângela Elias.

O projeto estadual é uma ação em conjunto com o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil. O grupo envolvido no desenvolvimento da iniciativa acredita que a ação na capital motive a implantação e participação dos municípios.

Santos
Na Cidade, aqueles que querem sair do vício têm dois caminhos possíveis: ou procuram por tratamento particular – que pode sair, em média, por R$ 1.500 por mês – ou recorrem à rede pública.

A porta de entrada para o atendimento público é a Seção Núcleo de Atendimento ao Toxicodependente (Senat), que atende por mês cerca de 900 pacientes usuários de álcool e outras drogas, sendo que 30% fazem uso de crack.
Do Senat, o usuário pode ser encaminhado para um dos dez leitos de desintoxicação, que é o primeiro passo para quem busca a recuperação. A princípio, esse número parece pequeno, mas pela demanda existente é mais que suficiente.

Poucos são ocupados. Muitas vezes não há interesse do usuário", alerta o presidente do Comad. Em 2011, 100 pessoas foram encaminhadas para clínicas terapêuticas.

Na fase seguinte, o paciente vai para o atendimento em clínicas terapêuticas, onde há 20 vagas em clínicas conveniadas. Outras 30 vagas devem surgir com o início de novos convênios assinados no fim do ano passado.

Também há o programa Caminhos da Cidadania – Consultório na Rua, que faz a abordagem de pessoas que vivem nas ruas e abusam do álcool e outras drogas.

Fonte: www.atribuna.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir