Categoria Politica  Noticia Atualizada em 17-01-2013

Suspeitas contra favoritos constrangem o Congresso
Den�ncias contra Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros esquentam a corrida pelas presid�ncias da C�mara e do Senado e amea�am a imagem do Congresso. Novos nomes podem surgir na disputa at� fevereiro.
Suspeitas contra favoritos constrangem o Congresso
Foto: www.extralagoas.com.br

As recentes den�ncias contra os candidatos favoritos �s presid�ncias da C�mara e do Senado t�m gerado dois fatos entre uma parcela minorit�ria dos parlamentares. Experimentando um sentimento de constrangimento pela suspeitas em torno dos nomes do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), parlamentares come�am a buscar alternativas vi�veis para derrot�-los na disputa pela principal cadeira das duas Casas.

At� o momento, a expectativa � que Henrique Alves seja eleito presidente da C�mara e Renan retorne � principal posi��o do Senado, de onde saiu em 2007 ap�s renunciar. Mesmo assim, parlamentares tentam articular uma rea��o para ao menos marcar uma posi��o contr�ria �s candidaturas dos dois. O receio � uma piora na imagem do Congresso, j� abalada pela reincid�ncia nas den�ncias de irregularidades nas duas Casas.

"Ter dois presidentes com muitas den�ncias piora ainda mais a imagem do Congresso. Imagem que j� n�o � muito boa", avaliou o cientista pol�tico da Universidade de Bras�lia (UnB) David Fleischer. � desta forma que uma parcela de deputados e senadores pensa. Apesar de concordarem que a tarefa de derrotar Henrique Alves e, especialmente, Renan � complicado, n�o deixam de mostrar insatisfa��o com a situa��o.

Na C�mara, a situa��o para o atual l�der do PMDB � um pouco mais complicada. Por enquanto, ele enfrenta tr�s candidatos avulsos. J�lio Delgado (PSB-MG), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Ronaldo Fonseca (PR-DF) anunciaram suas candidaturas. Mesmo n�o contando com apoio formal de seus partidos, contam com influ�ncias expressivas dentro da Casa, como entre as bancadas feminina e evang�lica.

Para Fleischer, ainda � uma inc�gnita se as den�ncias recentes contra Henrique Alves v�o afetar sua elei��o. Por�m, ele acredita que o peemedebista tem uma tarefa mais complicada pela frente. Por dois motivos. Primeiro, pela possibilidade de novas den�ncias aparecerem. Depois, pelo fato de o l�der da bancada do PMDB na C�mara j� ter tido problema com deputados do baixo clero. "N�o sei se Henrique est� cuidando do baixo clero", afirmou o cientista pol�tico.

"A gente tem de criar uma alternativa, n�o d� pra aceitar como natural essas candidaturas pelo fato de o partido ser majorit�rio e ter acordo com o PT, o outro principal partido", disse o l�der do Psol na C�mara, Chico Alencar (RJ). Para o deputado, que j� conversou com Rose e Delgado, uma nova candidatura avulsa n�o est� descartada. "A gente n�o discutiu nomes. N�o estamos satisfeitos com as candidaturas favoritas postas."

Chico Alencar quer que o novo presidente da C�mara tenha compromisso com a transpar�ncia, a austeridade e o protagonismo do Parlamento. Ressalta que, em tese, ningu�m � contra esses temas, mas na pr�tica a situa��o se modifica. Por isso, ele entende que � preciso reunir um grupo de deputados para apoiar a candidatura que "melhor expresse isso". "O ideal � que tenha um candidato de um partido com mais densidade que assuma essas bandeiras", comentou. Uma das alternativas � o deputado Reguffe (PDT-DF), que n�o deu respondeu ainda sobre o convite.

Mesmo com as den�ncias, Chico entende que a candidatura de Henrique Eduardo Alves ainda � a favorita. Adianta, por�m, que os deputados descontentes com a candidatura do peemedebista v�o fechar uma plataforma comum em torno dos princ�pios e analisar os nomes na disputa. "Uma candidatura alternativa, mesmo que n�o venha a vencer, � um norte para uma postura vigilante para a presid�ncia de cada Casa", disse.

Falta de advers�rios

Enquanto na C�mara j� s�o quatro candidatos declarados, no Senado o favorito para ser eleito presidente est� de f�rias. Renan Calheiros, atual l�der do PMDB, at� o momento n�o oficializou sua candidatura. Isso s� deve ocorrer em 28 de janeiro, quando a bancada peemedebista se re�ne para definir o pr�ximo l�der e quais cargos vai ocupar na Mesa Diretora e nas comiss�es permanentes.

De uma certa forma, a demora em oficializar sua candidatura acabou neutralizando boa parte das alternativas poss�veis ao seu nome. Desde novembro, senadores da oposi��o e de grupos independentes cogitaram alternativas para disputar o cargo. Reuni�es e jantares ocorreram em Bras�lia na tentativa de formar uma candidatura. Isso acabou n�o ocorrendo.

Por enquanto, somente o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) decidiu concorrer contra Renan. Por uma decis�o da c�pula nacional do seu partido, ele vai entrar na disputa. Seu nome, no entanto, n�o consegue unir a oposi��o. Ontem, o l�der do PSDB, Alvaro Dias (PR), disse n�o apoiar Randolfe e que continua na procura por um novo candidato. Para ele, o nome ideal � de Pedro Taques (PDT-MT).

"O Randolfe aceitou, e vejo essa candidatura dele com a maior simpatia. Mas n�o � uma candidatura para ganhar. Queria que o Luiz Henrique sa�sse. Mas ele est� numa posi��o [...]. Ele n�o aceitou", resignou-se o senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos integrantes do grupo dos independentes no Senado, fazendo refer�ncia ao senador Luiz Henrique (PMDB-SC). "Randolfe � mo�o e corajoso. O meu voto ele tem. Para ganhar, quem sabe dizer?", completou.

Na C�mara e no Senado, a tradi��o � que o partido com a maior bancada eleja o presidente. Entre os deputados, o PMDB tem a segunda maior bancada. Mas, por conta de um acordo celebrado em 2010 que levou Marco Maia (PT-RS) � presid�ncia no ano seguinte, a legenda tem o apoio petista para o cargo. Entre os senadores, os peemedebistas s�o maioria.

Por essa situa��o, Simon n�o v� grandes chances de Renan perder a elei��o. Al�m disso, aponta que a integra��o do partido com o governo Dilma Rousseff est� maior do que nos tempos de Lula. Ele cita o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, e o presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), como pr�ximos da presidenta. E lembra que Renan integra a c�pula do partido. "A integra��o com a Dilma � forte mesmo. Eles est�o integrados no governo. A Dilma est� perfeitamente integrada nesse esquema", acrescentou.

O cientista pol�tico David Fleischer ainda acrescenta um outro fator que favorece Renan e dificulta o crescimento de uma candidatura avulsa: a diminui��o da oposi��o no Senado. Com a cassa��o de Dem�stenes Torres (ex-DEM-GO) por falta de decoro parlamentar, o movimento perdeu ainda mais for�a. "A oposi��o j� saiu enfraquecida das elei��es. E com o caso Dem�stenes ficou mais ainda", disse.

A escolha do presidente do Senado est� marcada para o pr�ximo dia 1�, quando os parlamentares voltam aos trabalhos. No dia 4, � a vez de os deputados irem �s urnas.

Fonte: www.extralagoas.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir