Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-01-2013

Dezenas de reféns seguem em poder de islamitas após 3 dias na Argélia
Impasse prossegue, e versões sobre número de mortos são conflitantes. Falta de informações sobre operação gera críticas às autoridades locais.
Dezenas de reféns seguem em poder de islamitas após 3 dias na Argélia
Foto: g1.globo.com

Dezenas de reféns, argelinos e estrangeiros, continuavam em poder de um comando islamita em um campo de exploração de gás na Argélia neste sábado (19), 72 horas após o ataque ao local. O grupo segue sitiado por forças especiais argelinas.

A situação é tensa, e não há informações claras sobre o que ocorre.
Uma fonte de segurança disse à France Presse que "não houve modificações" na situação desde a véspera.

Vários reféns estrangeiros, 7 segundo os sequestradores, seguem em mãos do grupo radical ligado à rede terrorista da Al-Qaeda.

A imprensa criticou neste sábado a falta de notícias claras das autoridades sobre o tema.
Na quinta-feira, por meio da agência mauritana de notícias ANI, os sequestradores afirmaram que retinham três belgas, dois americanos, um japonês e um britânico.

Uma fonte de segurança afirmou que dezenas de pessoas, entre locais e estrangeiros, estão em poder dos sequestradores.

Um porta-voz do grupo disse que 34 reféns estrangeiros e 15 militantes morreram em um ataque lançado, na quinta-feira, por forças argelinas contra a base residencial do complexo do campo de gás.

Outro grupo estaria em outro local, com os reféns.

Na sexta, outra versão dava conta de 12 reféns e 18 sequestradores mortos, além de 100 reféns estrangeiros e 573 empregados argelinos libertados.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que há reféns em perigo, inclusive americanos.

Os militantes responsáveis pelo sequestro, ligados à rede terrorista da Al-Qaeda, ameaçaram realizar mais ataques a instalações do setor de energia.

A crise representa uma séria escalada no conflito no noroeste da África, para onde tropas francesas foram enviadas na semana passada para combater a tomada de Timbuktu e de outras cidades do Mali por grupos islamistas.

Além disso, pode ser devastadora para a indústria petrolífera da Argélia, num momento em que o país se recupera da guerra civil dos anos 1990.

Ameaça
A crise representa um sério dilema para a França, ex-potência colonial na Argélia, e seus aliados, num momento em que tropas francesas atacam os aliados dos sequestradores no Mali, uma outra ex-colônia francesa.

Os militantes que lutam no deserto mostraram estar mais bem treinados e equipados do que a França previa, disseram à Reuters diplomatas na ONU. A organização estima que 400 mil pessoas poderiam fugir do Mali para os países vizinhos nos próximos meses.

Na Argélia, os sequestradores alertaram a população para que fique longe de instalações de empresas estrangeiras no setor de óleo e gás, ameaçando desfechar mais ataques, segundo informou a agência de notícias ANI, citando um porta-voz do grupo.

O comandante do sequestro na Argélia é Mokhtar Belmokhtar, um veterano da Guerra do Afeganistão na década de 1980 e da sangrenta guerra civil da Argélia dos anos 1990, segundo autoridades argelinas. Aparentemente, ele não esteve presente no ataque.

Balmokhtar subiu de status entre os grupos islamitas no Saara, os quais se apoderaram de armas e ganharam novos adeptos em decorrência do caos na Líbia. As potências ocidentais temem que a violência se espalhe muito além do deserto.

O argelino Anis Rahmani, um especialista em segurança autor de vários livros sobre o terrorismo e editor do diário Ennahar, disse à Reuters que cerca de 70 militantes estavam envolvidos na operação na Argélia, o grupo de Belmokhtar, que partiu da Líbia, e o menos conhecido Movimento da Juventude Islâmica no Sul.

"Eles estavam portando armas pesadas, incluindo fuzis usados ​​pelo Exército líbio durante o regime de (Muammar) Kadhafi", disse ele. "Eles também tinham lança-granadas e metralhadoras."

Trabalhadores argelinos formam a espinha dorsal de uma indústria de petróleo e gás, que tem atraído empresas internacionais nos últimos anos, em parte por causa da segurança no estilo militar.

Mali
O ataque que resultou na situação de sequestro começou na madrugada de quarta em um sítio gasífero operado pelas empresas nacional Sonatrach com as companhias British Petroleum, britânica, e Statoil, norueguesa, em Tiganturin, a 40 quilômetros de In Amenas, não muito longe da fronteira com a Líbia.

Os militantes se identificaram como integrantes da rede terrorista Al-Qaeda e afirmaram à France Presse que o sequestro foi feito por grupos da rede terrorista procedentes do norte do Mali.

Os agressores exigiram o fim da campanha militar francesa no Mali, onde 1.400 soldados franceses fazem uma ofensiva terrestre contra os rebeldes, uma semana depois de o governo francês abrir fogo contra os militantes islamitas a partir do ar.

O país africano está dividido desde o ano passado, após rebeldes ligados à Al-Qaeda terem dominado o norte do território.

A Argélia permitiu que a França utilizasse seu espaço aéreo durante a intervenção militar iniciada na semana passada contra os rebeldes islamitas no Mali. Mas o ministro argelino do Interior, Dahou Ould Kablia, disse a um jornal local que o grupo agressor veio da Líbia.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir