Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-01-2013

Controverso, uso de drones cresce no governo Obama
Amanhecia, e o cl�rigo Abu Zaid al Kuwaiti fazia sua refei��o quando uma aeronave n�o tripulada lan�ou pelo menos quatro m�sseis contra o pr�dio em que estava.
Controverso, uso de drones cresce no governo Obama
Foto: noticias.terra.com.br

O n�mero 2 da rede terrorista Al-Qaeda teria morrido com mais dois insurgentes e um civil em um dos muitos ataques da CIA na regi�o paquistanesa do Wazirist�o do Norte, no dia 6 de dezembro de 2012.

Controversos, os drones se tornaram a arma preferida pela administra��o de Barack Obama, com maior uso desde sua posse na presid�ncia dos Estados Unidos, em janeiro de 2009. Analistas acreditam que esses ve�culos, usados para vigil�ncia e ataques por controle remoto, j� se tornaram instrumentos de guerra essenciais na estrat�gia americana contra o terrorismo global.

"N�o que os drones sejam a �nica coisa que Obama usou � ele colocou significativamente mais tropas no Afeganist�o e as reduziu ap�s ter atingido um maior n�vel de controle e estabilidade �, mas ele os empregou significativamente mais do que seu predecessor (George W. Bush)", avalia Stefan Wolff, professor de seguran�a internacional da Universidade de Birmingham, na Inglaterra.

O governo americano n�o divulga n�meros de ataques e mortes, mas organiza��es, como o Bureau de Jornalismo Investigativo, em Londres, fazem levantamentos pr�prios por meio de not�cias e relatos. Enquanto o �ltimo ano da administra��o Bush (2008) registrou pelo menos 287 mortes em ataques a�reos e de drones, o n�mero m�nimo em 2012 seria de 866.

Estima-se que a maior parte das investidas ocorra no Afeganist�o (67%, incluindo o uso de for�as brit�nicas), seguido pelo Paquist�o (26%), I�men (3%) e Som�lia (1%).
O Departamento de Defesa americano aplica cerca de US$ 6 bilh�es (mais de R$ 12 bilh�es) anualmente em sistemas n�o tripulados.

Maior tecnologia
N�o foi um ataque espec�fico que chamou a aten��o de grupos de direitos humanos ou da m�dia, mas o aumento progressivo nos �ltimos anos. Para Douglas Barrie, especialista em aeroespa�o militar do Instituto Internacional de Estudos Estrat�gicos (IISS, na sigla em ingl�s), em Londres, uma das raz�es para esse crescimento foi a combina��o do amadurecimento dessa tecnologia � ao mesmo tempo em que os operadores passaram a explor�-la em diferentes formas, aumentando a capacidade de cada ve�culo � com o tipo de guerra que os EUA t�m se envolvido.

"Eles fornecem o que se quer em um ambiente de contra-insurg�ncia. Ve�culos n�o tripulados ficam no ar por horas e horas, e, com m�ltiplos drones, se pode basicamente ficar de olho em uma �rea de interesse indefinitivamente. Colocando um m�ssil ou bomba, se tem a capacidade de atacar. Com uma tripula��o na aeronave, no mesmo ambiente, se teria um risco muito maior", explica Barrie.

seriam os drones realmente efetivos para as guerras de Obama? Para Wolff, apenas em alguns casos:

"Creio que s�o efetivos em eliminar lideran�as terroristas. S�o bem menos efetivos ao lutar contra rebeldes, porque o que se faz na contra-insurg�ncia � basicamente �limpar� o territ�rio de insurgentes, construir e mostrar � popula��o de l� que, de fato, se est� melhor sem insurgentes. Isso se pode fazer realmente com a presen�a de tropas em campo. Drones n�o d�o seguran�a, estabilidade, desenvolvimento social ou crescimento econ�mico".

Controv�rsias
A morte de alvos espec�ficos provoca as principais cr�ticas aos sistemas n�o tripulados.
Apesar da alegada capacidade de se eliminar de forma certeira l�deres rebeldes, a morte de inocentes � apontada como um efeito colateral que pode ser minimizado, mas nunca eliminado � o que, do ponto de vista militar, � considerado contraproducente, pois se arrisca perder o apoio da comunidade local. Sem dados oficiais, organiza��es de direitos humanos argumentam que a taxa de mortalidade de civis � alta.

Uma quest�o que permanece envolve leis internacionais: at� que ponto � legal para o EUA operarem o programa de drones dentro do territ�rio de outro pa�s soberano?

"Obama tem se mostrado um homem bastante atento e reflexivo, n�o acredito que ele tenha usado drones apenas porque a tecnologia estava � disposi��o. Claramente h� um lado obscuro anexado a isso. Por exemplo, uma das quest�es que o Human Rights Watch (organiza��o de defesa de direitos humanos) recentemente levantou � quem realmente coordena o programa? Deveria ser a CIA, o que � completamente inexplic�vel, ou o Departamento de Defesa americano? H� elementos que algu�m precisa questionar. Quem toma as decis�es no programa de drones?", questiona Wolff.

Segundo mandato
Para os pr�ximos quatro anos, h� um consenso entre observadores de que mais ve�culos sem tripula��o dever�o cruzar os c�us em miss�es americanas. Ao mesmo tempo, Obama dever� enfrentar maior demanda por transpar�ncia e por uma regulamenta��o internacional, da mesma maneira que existem regimes para armas nucleares, por exemplo.

"Vai ser interessante ver o que acontecer� ap�s 2014, com a retirada das tropas do Afeganist�o, ou da maioria de suas for�as: como os sistemas n�o tripulados continuar�o a ser usados para apoiar o governo afeg�o e as for�as nacionais e se v�o continuar a us�-los para manter baixo o n�vel de atividade insurgente terrorista. Em termos de ve�culos a�reos e no ambiente marinho, veremos mais e mais desses sistemas n�o tripulados. � inevit�vel", conclui Barrie.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir