Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 27-01-2013

Trabalho salva fotógrafa de boate em incêndio no RS
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Trabalho salva fotógrafa de boate em incêndio no RS
Foto: Ronald Mendes/Agência RBS

Trabalho salva fotógrafa de boate em incêndio no RS
Fernanda Bona estava em área VIP perto da saída para fotografar festa.
Ela conseguiu sair no início do incêndio; mais de 200 pessoas morreram.

O trabalho da fotógrafa Fernanda Freire Gomes Bona, de 23 anos, a salvou de ser mais uma das vítimas do incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, neste domingo (27), matando mais de 200 pessoas.
Fotógrafa oficial da boate, ela estava em uma área VIP próxima à saída quando o incêndio começou. O local tinha uma vista privilegiada da boate, permitindo não apenas que ela tirasse fotos, mas também que percebesse rapidamente o incêndio e escapasse do local em poucos minutos.

"Como estava perto da porta, graças a Deus eu saí correndo, em cinco minutos estava do lado de fora. Uma pessoa me chamou para fotografar na área VIP, por isso que eu fui para lá, tem uma visão melhor", contou Fernanda ao G1. "Normalmente eu fico no meio das pessoas. Foi sorte. Seu eu não estivesse trabalhando não estaria na área VIP."
O incêndio na boate Kiss começou na madrugada deste domingo. O número total de feridos ainda é desconhecido. O resgate de corpos foi concluido, mas as causas do incêncio ainda são investigadas.

Conforme informações preliminares, o fogo teria começado por volta das 2h30 quando o vocalista da banda que se apresentava fez uma espécie de show pirotécnico, usando um sinalizador. As faíscas atingiram a espuma do isolamento acústico no teto do estabelecimento e as chamas se espalharam.

A fotógrafa contou ter visto o vocalista da banda que tocava na boate usando uma espécie de luva de onde saíam fogos. As faíscas atingiram parte do isolamento acústico, e fogo começou.

"Vi umas faíscas, mas achei que eram apenas os foguinhos da luva. Vi uma gritaria, achei que fosse alguma briga. Foi quando gritaram fogo, vi as pessoas correndo, vi a fumaça, e saí correndo."

Corpo de Bombeiros trabalha no resgate dos corpos na boate de Santa Maria (Foto: Fernanda Bona)Fernanda, que trabalha como fotógrafa da boate e de um site de fotos de Porto Alegre, havia chegado ao local há apenas 20 minutos. Ela afirmou que a boate estava bastante lotada, com "pelo menos mil pessoas", mas não acima da capacidade. "Já tinha ficado tão cheio assim", afirmou.

O número de pessoas que estavam na boate ainda não foi confirmado pelos autoridades. A festa reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Ao sair da boate, no meio da correria, a fotógrafa contou ter quase batido em um táxi que estava parado na porta da Kiss. "Vi algumas pessoas batendo em um táxi parado na rua, disseram que eles não queriam sair para não perder as corridas. Logo depois encheu de polícia, todos os policiais da cidade foram para lá, bombeiro, Samu."
Fernanda contou ter ido até seu carro, estacionado na rua, e o levou para um lugar mais distante. Depois, retornou à boate. "Tinha muitas pessoas deitadas no chão, feridas, passando mal. Às 6h estavam falando que ainda tinha gente lá dentro. Só tinha uma porta, e ela era pequena, os bombeiros tiveram que quebrar uma parede."
Fisicamente bem, sem nenhum ferimento, a jovem tenta saber notícias de amigos que estavam na boate e foram levados para hospitais. "Agradeço por estar viva. É um trauma, vou lembrar desse dia para sempre."

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O incêndio em uma boate deixou ao menos 245 mortos em Santa Maria (a 286 km de Porto Alegre), na região central do Rio Grande do Sul, segundo o Corpo de Bombeiros, o que o caracteriza como a pior tragédia do Estado. O fogo começou por volta das 2h deste domingo (26).

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De acordo com o major Cleberson Bastianello, comandante do 2º Batalhão da Brigada Militar do BOE (Batalhão de Operações Especiais) de Santa Maria, ainda há 48 pessoas hospitalizadas na cidade, e não há como precisar o estado de saúde de todas elas. Até o momento, não há uma lista oficial de feridos ou mortos, e nem uma previsão de quando haverá.

A Prefeitura de Santa Maria decretou luto oficial de 30 dias.

Em entrevista à rádio Gaúcha, o delegado Sandro Luís Meinerz, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Santa Maria, disse que, a princípio, as pessoas não morreram queimadas, e sim asfixiadas pela fumaça por não terem conseguido sair do local.

"Estamos retirando os corpos do local e tomando as providências necessárias para o início das investigações. Não se sabe ainda o número exato de corpos. Mas, em princípio, não há nenhum corpo em situação precária que possa prejudicar a identificação. As pessoas não conseguiram sair. A saída parece pequena para o número de pessoas que estava lá dentro, e o pânico acabou gerando essa situação", contou.

A boate possui apenas uma saída, o que gerou tumulto na hora da fuga das chamas. Os bombeiros tiveram que abrir um buraco na parede externa para auxiliar no salvamento.

"Terminamos o rescaldo no local e estamos fazendo a remoção dos corpos. É impossível avaliar quantos corpos ainda devem ser retirados do local", disse o comandante dos Bombeiros de Santa Maria, Moisés da Silva Fux à rádio Gaúcha.

"Os bombeiros estão fazendo o rescaldo e procurando outras vítimas. Não podemos precisar o número exato de vítimas. A maior parte dessas pessoas morreu asfixiada. Elas entraram em pânico e acabaram pisoteando umas às outras. O principal fator [para as mortes] foi a asfixia. O isopor gera uma fumaça muito tóxica", afirmou o comandante-geral do Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel Guido de Melo.

Conforme um segurança que trabalhava na boate no momento do incêndio, entre mil e 2.000 pessoas deveriam estar no local durante o incidente, a maioria era adolescente.

Causas
Informações preliminares dão conta de que o fogo teve início com um sinalizador utilizado no show de uma banda, faíscas teriam atingido o teto da boate Kiss, na rua dos Andradas, e incendiaram a espuma de isolamento acústico.

A quadra do Centro Desportivo Municipal está isolada, pois o local está recebendo corpos para serem identificados pela perícia. Ao menos cinco pessoas que receberam atendimento não resistiram e morreram.

Os bombeiros estão sendo auxiliados por militares da Base Aérea de Santa Maria, por agentes da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Rodoviária Estadual, pela Brigada Militar, além do auxílio de ambulâncias de urgência de hospitais e clínicas.


Foto: Germano Roratto/Agência RBS)



Amigos e familiares buscam informações sobre as vítimas do incêndio em boate, em frente ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria (RS), onde os corpos estão sendo identificados. Ao menos 245 pessoas morreram Ronald Mendes/Agência RBS



Corpos de vítimas do incêndio em boate que deixou centenas de mortos chegam ao Centro Desportivo Municipal de Santa Maria (RS) para identificação Ronald Mendes/Agência RBS




Fonte: http://noticias.uol.com.br/
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir