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Famílias distribuem abaixo-assinado em Santa Maria para cobrar punição

Documento será disponibilizado em seis pontos do município. Incêndio em boate matou 235 pessoas no último domingo (27).
Famílias distribuem abaixo-assinado em Santa Maria para cobrar punição

Foto: g1.globo.com

Familiares e amigos das vítimas da tragédia em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, se reuniram para cobrar explicações do poder público e elaboraram um abaixo-assinado que será distribuído a partir desta quinta-feira (31) em seis pontos da cidade. No domingo, o incêndio na boate Kiss matou 235 pessoas durante uma festa universitária.

O documento estará disponível em shoppings, hospitais e no calçadão da cidade. As assinaturas também serão recolhidas pela internet. A intenção é cobrar justiça, identificação e punição aos responsáveis pela tragédia. "É uma campanha contra a impunidade nesse momento, mas uma campanha para prevenção de situações como essa que nós temos vivido", diz a professora universitária Maria Eliza Rosa Gama.

O estudante André Pacheco salienta que a dor não será amenizada, mas diz que vai colaborar com a organização do abaixo-assinado. "O amenizar até não ameniza, mas a gente fica com o sentimento de justiça feita."

Salas de aula vazias
A ausência dos 114 jovens que estudavam na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e morreram no incêndio que atingiu a boate Kiss no último domingo (27) agrava o sofrimento de amigos e colegas que agora encontrarão classes vazias e um clima de luto interminável.

As atividades acadêmicas foram suspensas. Somente do curso de terapia ocupacional, quatro alunos morreram. Três deles eram da mesma turma. Para suportar a dor da perda, colegas e professores construíram um memorial e plantaram um jardim ao lado do prédio onde são realizadas as aulas do curso.

"Em cada planta dessa que fique a memória de quatro jovens que tiveram suas vidas perdidas de forma tão rápida", reforça o professor do curso de Terapia Ocupacional, Nilton Oliveira.

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 235 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores, é possível afirmar que:

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir