Categoria Policia  Noticia Atualizada em 05-02-2013

Secretário de Segurança do RS diz que Boate Kiss não poderia funcionar
O secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, Airton Michels, afirmou categoricamente que a Boate Kiss, em Santa Maria (RS), não poderia estar funcionando no dia 27 de janeiro.
Secretário de Segurança do RS diz que Boate Kiss não poderia funcionar
Foto: www.jb.com.br

Em visita à cidade onde ocorreu o incêndio que matou mais de 230 pessoas, Michels disse que a responsabilidade pela tragédia pode ser compartilhada, mas que as principais questões são a superlotação e o uso de um artefato explosivo.

O secretário afirmou que o plano de incêndio da casa noturna é investigado pela polícia. "Em qualquer cidade do mundo, quem é o responsável para conceder o alvará de funcionamento?", questionou Michels, segundo o jornal Correio do Povo de Porto Alegre.

Airton Michels foi a Santa Maria para visitar as instituições que participam da investigação do caso, acompanhado do comandante-geral da Polícia Militar gaúcha, coronel Fábio Duarte, e do chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior. O chefe da Polícia Civil recebeu na quarta-feira a informação de que 575 pessoas que estavam na Boate Kiss receberam atendimento médico após o incêndio.

Segundo ele, o dado comprova que o local estava superlotado - a capacidade da casa noturna era de 690 pessoas. "Somado ao número de mortos, temos no mínimo entre 750 e 800 pessoas na boate", disse o delegado Ranolfo.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: www.jb.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir