Após ser eleito presidente do Senado na última sexta-feira (1º), Renan Calheiros (PMDB - AL) tem enfrentado dificuldades em assumir com tranquilidade seu posto em razão das inúmeras revoltas populares desencadeadas por sua eleição.
Foto: correiodobrasil.com.br Em sua primeira aparição pública na segunda-feira (4), enquanto subia a rampa do Congresso Nacional, o senador ouviu calado gritos de "safado", "sem vergonha" e "ladrão". Além dos xingamentos, os manifestantes portavam cartazes com os dizeres "Até quando o Poder Legislativo envergonhará o Brasil?" e "Fora Renan ou abaixo o Senado".
Todavia, esta não deve ser considerada a maior das preocupações de Calheiros. Uma corrente virtual iniciada logo após a eleição, em formato de petição, pede o impeachment do presidente do Senado. De acordo com a Constituição Federal, se 1% do eleitorado se manifestar em favor de determinada causa, esta terá de ser votada pelos poderes públicos como sendo objetiva de iniciativa popular.
A ONG Avaaz, precursora da ideia, é uma comunidade de mobilização on-line que leva a voz da sociedade civil para a política global. Na petição contra Calheiros, o grupo pretende impedir que o senador atue como presidente da casa devido aos crimes dos quais é acusado. Entre eles, peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
Vale lembrar que, em 2006, Renan Calheiros foi o epicentro de um dos maiores escândalos de corrupção pública, envolvendo até mesmo a jornalista Mônica Veloso com quem teve uma filha, sustentada por Renan às custas do dinheiro público.
Na rede de relacionamento Facebook, a proposta de impeachment contra o senador tem sido compartilhada por inúmeros usuários e no site o número de assinaturas não para de subir. Até o momento de confecção desta matéria, o site marcava em torno de 180 mil assinaturas obtidas apenas nos primeiros 4 dias após a eleição de Renan Calheiros.
Resta saber se o número de pessoas engajadas também nesta oportunidade fará valer a legitimidade da lei como ocorrido na proposta da Ficha Limpa em 2008. Ao que tudo indica, a petição só tende a crescer, e sendo assim, Renan Calheiros poderá contar os dias na cadeira da presidência do Senado Federal.
Priscilla Bernardes
Do DM online
Fonte: www.dm.com.br
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