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O brasileiro tem que ser um forte
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Voc� sabe o que � benzeno? Segundo uma enciclop�dia que consultei, trata-se de um l�quido t�xico cujos vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabe�a e at� mesmo inconsci�ncia. A longo prazo seus vapores causam s�rios problemas sangu�neos, tal como a leucopenia. O benzeno � uma subst�ncia utilizada como solvente de iodo, enxofre, graxas etc., sendo ainda mat�ria-prima na produ��o de compostos como pl�sticos, gasolina, borracha sint�tica e tintas. Trata-se, finalmente, de uma subst�ncia comprovadamente carcinog�nica. Voc� sabe o que � uma subst�ncia carcinog�nica? Segundo um dicion�rio de termos m�dicos que consultei, "trata-se de uma subst�ncia com potencial cancer�geno, isto �, que tem como propriedade o potencial de desenvolvimento de c�ncer, como a nicotina, o benzeno e as radia��es". H� algum tempo li uma s�ria e muito bem produzida reportagem sobre a presen�a do benzeno em alguns refrigerantes. Sim, em alguns daqueles refrigerantes que consumimos todos os dias. Foram comprovadas, nestes, quantidades de benzeno at� quatro vezes superior ao limite m�ximo permitido pela lei. Cito um pequeno trecho da longa reportagem: "Uma an�lise desenvolvida pela Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor Pro Test, e publicada pela Folha de S�o Paulo, descobriu em sete das 24 marcas de refrigerantes investigadas subst�ncia cancer�gena, o benzeno. Os outros 17 r�tulos apresentam compostos que causam osteoporose, alergia, diabetes e hipertens�o". Em alguns outros pa�ses isto daria margem a um esc�ndalo de graves propor��es, a exames complementares imediatos com resultados amplamente divulgados e ao eventual recolhimento dos produtos que podem induzir c�ncer das g�ndolas dos supermercados, dos bares e dos restaurantes. Seguir-se-ia uma apura��o rigorosa e, constatada a falta, a responsabiliza��o impiedosa dos eventuais culpados. Afinal, o cen�rio � grav�ssimo: trata-se de bebida servida a toda a popula��o, inclusive �s nossas crian�as. Vamos a alguns exemplos. L� no Jap�o, h� poucos meses a empresa Fujiya viu-se obrigada a retirar do mercado e a n�o mais vender os bolos que produzia � a fiscaliza��o sanit�ria japonesa descobriu que estavam sendo utilizados alguns ingredientes com o prazo de validade esgotado. N�o adiantou a empresa sustentar que todos os seus produtos estavam pr�prios para consumo, conforme comprovado por testes de laborat�rio. N�o, n�o � esta a quest�o: nestes assuntos, o que importa � uma palavra denominada "confian�a" � afinal, falamos dos alimentos que consumimos. Na Inglaterra, h� um ano, a presen�a de salmonela em algumas barras de chocolate fabricadas pela empresa Cadbury causou a pronta retirada de todas as unidades da marca expostas em lojas e supermercados � um volume de produtos avaliado em torno de US$ 50 milh�es. Nos Estados Unidos, no ano de 2003, a empresa Phillip Morris foi multada em US$ 10 bilh�es. O motivo: vendeu cigarros light como sendo menos nocivos. Ainda naquele pa�s, em 1999, autorizou-se a venda de um dado medicamento contra inflama��es chamado Vioxx. Um ano depois, esta droga foi associada � eleva��o do risco de ataques card�acos. No ano de 2002, a vi�va de uma das v�timas processou a empresa, e foi indenizada em US$ 26 milh�es. Pouco depois, ap�s sucessivas derrotas no Judici�rio, o laborat�rio ofereceu a 47 mil outros parentes de v�timas, identificadas em cerca de 6,4 mil processos, um valor total de US$ 4,85 bilh�es. Enquanto isso, no Brasil, at� onde sei, continuam os refrigerantes objeto de t�o detalhada den�ncia, baseada em exames de laborat�rio, absolutamente imp�vidos e � venda em qualquer esquina. Aqui, na d�vida, que continuem as vendas! Diante de tal quadro fico a pensar, parodiando Euclides da Cunha, que o brasileiro tem mesmo que ser um forte! Fonte: Reda��o Maratimba.com
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| Por: Pedro Valls Feu Rosa | Imprimir |
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