Categoria Educação  Noticia Atualizada em 27-02-2013

Homem que se alfabetizou aos 92 anos no AC é tema de documentário
Documentário de cineasta acreano levou dois anos para ser concluído. Filme faz parte da programação do X Festival Acreano de Vídeo.
Homem que se alfabetizou aos 92 anos no AC é tema de documentário
Foto: g1.globo.com

O X Festival Acreano de Vídeo, que acontece desde o começo da semana na Biblioteca da Floresta, em Rio Branco (AC) foi o local escolhido pelo cineasta Adalberto Queiroz (60) para a estreia do documentário "Osvaldo Moura de Oliveira - Rompendo Barreira e Fronteiras". A obra, que será exibida nesta quarta-feira (27) a partir das 19h30, conta a história de um homem que aos 92 anos de vida resolveu aprender a ler e escrever.

A película começa com a vida de Oswaldo Oliveira, cearense que como muitos nordestinos embarcou para o Acre na década de 40 acreditando que poderia ter uma vida melhor trabalhando com a extração da borracha.

Tendo a história de Oliveira como ponto de partida, o cineasta traça um perfil da vida nos seringueiros, fazendo um resgate da história desses homens que fugindo da seca do Nordeste acabaram por ser explorados pelos donos de seringais, no norte do Brasil.

Superação
Para Queiroz, o exemplo do protagonista do documentário também deve servir de exemplo para a juventude e até mesmo para as pessoas que acham que já é tarde demais para aprender algo novo.

"É um ser simples que do alto de seus 92 anos sentindo que faltava algo em sua vida vai pra escola aprender a escrever o nome, as letras e abrir a mente. Existem tantos jovens que não valorizam o ensino e o Seu Osvaldo é um exemplo grande para a educação, a cidadania, o Acre e a humanidade", enfatiza o diretor.

Hoje aos 95 anos, Osvaldo Oliveira nunca imaginou que seria conhecido por tanta gente. Normal para quem até os 92 também não imaginava que seria capaz de ler e escrever. Por ironia foi justamente uma doença no olho que ampliou sua visão de mundo.

"Eu adoeci do olho e deixei a colônia que eu morava para poder operar. Quando eu tava voltando encontrei um senhor que me disse que tava estudando. Eu nem sabia que tinha escola para idoso, mas aí resolvi que ia entrar. Fui em casa, peguei o documento, me matriculei, comecei a estudar no mesmo dia e lá fiquei", conta o ex-seringueiro que hoje cursa o equivalente a 6ª série do Ensino Fundamental na Escola do Serviço Social do Comércio (Sesc), no município de Brasiléia, no interior do Acre.

Produção
Com mais de 40 anos dedicados à produção de cinema no Acre, o diretor Adalberto Queiroz conta que quando soube da história do ex-seringueiro, ficou entusiasmado por contá-la. O filme começou a ser produzido em 2010 e levou cerca de dois anos para ser concluído.

Queiroz não revela quanto custou para concluir a obra, mas diz que o trabalho foi todo feito em parceria com o Sesc e a Fundação de Cultura Elias Mansour. "Para mim, mais importante que o dinheiro é a mão da parceria. É com essa visão que faço cinema", conclui.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir