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Desembargador morre em apartamento que pegou fogo no Leblon

O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho Ricardo Dami�o Areosa, de 57 anos, e sua mulher, Cristiane Teixeira Pinto, de 33, morreram ap�s um inc�ndio destruir o apartamento em que moravam, �s 23h20m deste domingo, no edif�cio Tanger, n�mero 226 da
Desembargador morre em apartamento que pegou fogo no Leblon

Foto: g1.globo.com

O casal come�ou a gritar por socorro, pois n�o estaria conseguindo abrir as portas. Desesperados, os dois se jogaram pela janela da �rea de servi�o e despencaram de uma altura de aproximadamente 16 metros. Ela caiu em cima de um toldo do pr�dio vizinho, e ele, num muro. Areosa morreu na hora, e Cristiane chegou a ser socorrida com vida, foi levada ao Hospital Miguel Couto, onde morreu de traumatismo craniano.

Os bombeiros chegaram ao local 35 minutos depois do in�cio do inc�ndio, �s 23h55m. A corpora��o teve muitas dificuldades de controlar as chamas. O apartamento 401 j� estava tomado pelo fogo. O comandante do Batalh�o de Copacabana, Alex Vander, disse que ainda estava "apurando as causas" de uma poss�vel falha operacional. Moradores contaram que quando os bombeiros chegaram, o im�vel j� estava completamente destru�do pelo fogo.

De acordo com informa��es do porteiro Ant�nio Lima, os hidrantes da rua estavam sem �gua e os bombeiros tiveram que retirar a �gua do pr�dio Van Gogh, onde ele trabalha, vizinho ao Tanger.

O Corpo de Bombeiros informou, por meio de nota, que o atendimento levou apenas seis minutos, a partir do momento em que a solicita��o foi feita. Segundo eles, o acionamento ocorreu �s 23h24 e os agentes chegaram ao local �s 23h30, mas tiveram dificuldade para acessar o apartamento pela porta blindada, com quatro trancas. Os bombeiros destacaram, tamb�m, que o hidrante presente na rua estava inoperante, o que dificultou o trabalho, mas n�o impediu o combate �s chamas, j� que foi utilizada �gua do pr�dio vizinho.

Em nota, a Cedae afirma que fez uma inspe��o nos hidrantes da regi�o e que eles estavam com �gua. Segundo a companhia, "todos possuiam 20 metros de coluna d �gua, ou seja, press�o suficiente para mandar a �gua a 20 metros de altura, e estavam funcionando perfeitamente".

Cenas de terror

Morador do apartamento 402, vizinho do im�vel destru�do, Henrique Grech contou que tentou arrombar a porta para resgatar Areosa e a mulher, mas n�o conseguiu. O casal morava h� quatro anos no apartamento, que passara recentemente por uma ampla reforma.

� Quando vi que n�o ia conseguir abrir aquela porta de jeito nenhum, resolvi descer com meus pais. Foram cenas de terror � disse Grech.

Jos� Baranek, morador do segundo andar, de 80 anos, contou que n�o foi poss�vel abrir as portas da frente e dos fundos porque eram blindadas.

� Chegamos a pegar algumas ferramentas, mas n�o conseguimos abrir � disse. � As pessoas demoraram a saber o que estava acontecendo. Vi o reflexo do fogo na janela da sinagoga, que fica em frente ao pr�dio. � lament�vel. O Ricardo era uma pessoa af�vel.

Morador do apartamento 103, o empres�rio Luiz Augusto Berlink estava revoltado com a situa��o:

� Pagamos o IPTU mais caro do Rio e n�o tem sequer nenhum hidrante com �gua na rua. Amanh� e depois v�o morrer mais gente e ningu�m se importa. � um absurdo. Vamos entrar com uma a��o na Justi�a contra o governo do estado.

Um morador da rua, que preferiu n�o se identificar, disse que a demora dos bombeiros fez com que o fogo apagasse sozinho depois de consumir todo o apartamento.

� Foi um drama, o hidrante que ficava bem em frente ao pr�dio, n�o funcionou � confirmou.

A per�cia far� uma an�lise das condi��es estruturais do pr�dio nesta segunda-feira, mas os moradores n�o precisaram sair de suas casas.

O corpo do desembargador foi levado para o IML por volta das 3h. Os peritos do Instituto de Criminal�stica Carlos �boli (ICCE) far�o a per�cia nesta segunda-feira. As causas do inc�ndio ainda n�o foram esclarecidas. As investiga��es est�o sendo feitas pela 14� DP (Leblon). A delegada adjunta, Fl�via Monteiro de Barros, descartou a hip�tese de vingan�a. Segundo o filho do desembargador, Caio, o pai n�o tinha inimigos.

Formado em direito em 1987 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ricardo Areosa mantinha um blog na internet. Em sua p�gina no Facebook, escreveu: "Sou amigo dos amigos e gosto de fazer novos amigos. Aprecio praia, malha��o e dividir a mesa com quem eu gosto e admiro. Sou Fluminense at� o dia 05.10.2015".

Fonte: g1.globo.com

Por: Maratimba.com | Imprimir