Categoria Politica  Noticia Atualizada em 07-03-2013

Candidato que vai atrás nas eleições do Quénia lança suspeita sobre contagem dos votos
Avarias no sistema electrónico obrigaram a contar votos à mão. Candidatura de Raila Odinga diz que o processo "não tem integridade", mas garante que não está "a apelar a uma acção de massas".
Candidato que vai atrás nas eleições do Quénia lança suspeita sobre contagem dos votos
Foto: br.noticias.yahoo.com

O vice do candidato a Presidente do Quénia Raila Odinga afirmoun esta quinta-feira que a contagem dos votos deve parar "porque tem falta de integridade". O problema tem a ver a com o falhanço da tecnologia de contagem dos votos das eleições de domingo, que obrigou ao regresso ao sistema manual, mas na cabeça de todos está a violência pós-eleitoral de 2007, quando pelo menos 1200 pessoas morreram.

A candidatura do actual primeiro-ministro Odinga e de Kalonzo Musyoka, que fez estas declarações, está atrás na contagem dos votos – pela última actualização disponível, da manhã desta quinta-feira, tinha 1,9 milhões de votos, contra 2,4 milhões do rival Uhuru Kenyatta. Mas ainda só foram contados alguns círculos eleitorais – e estão de fora vários favoráveis a Odinga, quando se sabe que no Quénia os eleitores escolhem mais por lealdade tribal do que por filiação partidária. A afluência às urnas neste país com 14,3 milhões de eleitores foi de 70%.

Musyoka sublinhou que não está a apelar aos seus eleitores para se revoltarem, relata a Reuters. "Devemos dizer aos quenianos que não deve haver nenhuma acção de massas. Isto não é um apelo à acção. Enquanto coligação, estamos comprometidos com o princípio do Estado de direito", sublinhou em conferência de imprensa. Mas lançou acusações: "A coligação toma a posição de afirmar que o processo de contagem de votos a nível nacional não tem integridade e deve ser parada, para que se comecem a usar os documentos primários dos locais de voto".

Em causa está o declínio acentuado no número de boletins de voto rejeitados desde que o sistema electrónico de contagem de votos foi abandonado – porque deixou simplesmente de funcionar – e começou a ser usada a contagem e transmissão de dados manual. Com o sistema electrónico, foram rejeitados 300 mil; com a contagem à mãos, apenas 40 mil.

O número de votos rejeitados pode vir a ter um grande impacto no resultado final, se nenhum dos candidatos obtiver os 50% necessários para a vitória e for necessário ir a uma segunda volta. Essa segunda ronda eleitoral deverá ser entre Raila Odinga, o primeiro-ministro que perdeu as eleições de 2007 para Mwai Kibaki, com alegações de fraude generalizada, e Uhuru Kenyatta, que é esperado no Tribunal Penal Internacional de Haia, no mês que vem, para responder sobre crimes de guerra, por causa de crimes cometidos na violência que se seguiu a essas eleições.

No dia das eleições, mais de metade das máquinas que faziam a leitura das impressões digitais dos eleitores avariaram-se, forçando os responsáveis da comissão eleitoral a voltar aos cadernos eleitorais em papel. A avaria mais grave, no entanto, deu-se no sistema de transmissão de dados, que se baseia em telefonia móvel, deixou de funcionar. A Safaricom, a fornecedora de serviços de rede, diz que a responsabilidade não é sua, os sistema funcionavam, o equipamento usado, que não era seu, é que teve problemas.

Fonte: www.publico.pt
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir