Categoria Politica  Noticia Atualizada em 07-03-2013

Oposição venezuelana já estuda o cenário eleitoral pós-Chávez
Henrique Capriles, candidato derrotado por Chávez na última eleição, é o nome mais forte, mas ainda não foi oficializado.
Oposição venezuelana já estuda o cenário eleitoral pós-Chávez
Foto: noticias.terra.com.br

A oposição venezuelana antecipa os trabalhos visando às eleições que se aproximam após a morte de Hugo Chávez avaliando a definição do seu candidato, uma decisão que pode sair em questão de dias ou até mesmo horas, enquanto o chavismo chora a partida do seu líder.

As próximas eleições representarão a primeira oportunidade em 14 anos de a oposição venezuelana concorrer em um pleito presidencial sem enfrentar Chávez, que triunfou em todas as consultas presidenciais no período e ainda resistiu a uma tentativa de golpe de Estado que o afastou do poder por 48 horas em abril de 2002.

O Governo já tem seu candidato, designado pelo próprio Chávez durante sua última alocução, em 8 de dezembro, quando pediu apoio para o vice-presidente, Nicolás Maduro, caso não pudesse manter a condução do país após a operação à que seria submetido três dias depois.

Por sua parte, a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), embora não tenha anunciado formalmente seu aspirante, antecipou que "é certo" que o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, é "o homem mais forte" da coalizão e "a primeira opção" dos adversários do Governo.

No entanto, o secretário-executivo adjunto da MUD, Ramón José Medina, disse à Agência Efe que mesmo que Capriles seja a primeira opção da oposição, existem outras "lideranças evidentes", e mencionou a deputada María Corina Machado e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

Capriles, que nas eleições presidenciais de 7 de outubro somou 44,39% votos, enquanto Chávez triunfou com 55,5% do eleitorado, foi designado como representante da MUD na terça-feira para prestar condolências à família do falecido governante.

Os membros da MUD asseguraram ainda que houve reuniões permanentes até mesmo antes do anúncio da morte do presidente para analisar e discutir o processo eleitoral que se avizinha.

O cenário, no entanto, já se vislumbra polêmico, pois apenas um dia após a morte de Chávez a MUD assinalou que devem ser analisadas as condições nas quais acontecerão as eleições e denunciou um suposto "abuso" por parte do Governo, a quem pediu respeito, da mesma forma que às Forças Armadas.

Medina comentou que o Governo abusou ao fazer uma transmissão em cadeia nacional por mais de seis horas do cortejo fúnebre de Chávez e criticou o ministro da defesa, Diego Molero, por manifestar seu apoio a Maduro.

O titular da Defesa manifestou que Maduro, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e "todos os poderes constituídos" contam "com suas Forças Armadas".

A Constituição venezuelana estabelece que em caso de falta absoluta do presidente novas eleições devem ser convocadas dentro dos 30 dias seguintes, mas Medina assinalou que a MUD estaria de acordo que o prazo fosse alongado para 45 ou 60 dias a fim de dar tempo para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) organize o processo.

A deputada María Corina Machado divulgou nesta quarta-feira um comunicado no qual assinala que "perante a iminência de novas eleições presidenciais, é indispensável criar a confiança no voto como expressão da vontade soberana".

O advogado e deputado do Parlamento Latino-Americano do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) Calixto Ortega disse a jornalistas nesta quarta-feira que as eleições podem acontecer em pouco mais de um mês, após o sepultamento do presidente.

Ortega assinalou que depois das cerimônias fúnebres a Assembleia Nacional deve reunir-se e declarar formalmente "a ausência de direito do presidente", após o que o CNE passa a organizar e convocar as eleições dentro de um prazo estimado de 30 dias, que pode ser estendido.

"Nós já temos candidato, o próprio presidente Chávez em uma alocução premonitória deixou bem iluminado o caminho e concluiu que Nicolás Maduro era o primeiro entre iguais", disse o deputado.

Por fim, o deputado cantou vitória do chavismo: "Eu não sei se a oposição irá apresentar um candidato, sabendo que o triunfo de uma candidatura apoiada pelo chavismo é irreversível".

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir