Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-03-2013

Camponesas ocupam Ministério da Agricultura em protesto
Cerca de 1,2 mil pessoas, segundo os manifestantes, aguardam para serem recebidos por alguma autoridade do governo federal.
Camponesas ocupam Ministério da Agricultura em protesto
Foto: ebc.com.br

Um grupo de mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao Movimento Camponês Popular, à Via Campesina e ao Movimento dos Atingidos por Barragens ocupa desde as 6h o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília. Cerca de 1,2 mil pessoas, segundo os manifestantes, aguardam para serem recebidos por alguma autoridade do governo federal.

Já de acordo com a Polícia Militar, o número de manifestantes não deve ultrapassar 400 pessoas. Segundo a assessoria de imprensa, o ministro Mendes Ribeiro Filho embarca nesta manhã para o Rio Grande do Sul. Caso a reunião seja marcada, o encontro deve ocorrer com a presença do secretário executivo, José Carlos Vaz.

De acordo com a coordenadora nacional do MST, Rosana Fernandes, a ocupação quer chamar a atenção das autoridades para a pequena agricultura. "O modelo de agronegócio atual beneficia apenas a grande agricultura, que é das grandes empresas. E a maior parte da produção é para exportação. Queremos um incentivo maior para o modelo de agricultura camponesa, dentro da fatia do orçamento."

Kelli Mafort, integrante da coordenação nacional do MST, afirmou que as camponesas protestam contra o modelo de desenvolvimento pautado no agronegócio e cobram do governo aceleração no processo de reforma agrária. "Estamos em um ato político de protesto para defender uma agricultura que garanta a nossa soberania alimentar, com a produção de alimentos saudáveis, livre de agrotóxicos e com preservação ambiental, e que contribua para a autonomia das mulheres no campo", disse, acrescentando que, desde o início da ocupação, muitas camponesas relatam suas experiências no campo e contam como o avanço do agronegócio no país impacta as atividades que desempenham.

"O agronegócio expulsa o trabalhador do campo e as mulheres são as primeiras a sofrerem as consequências desse processo, não apenas pela exposição a agrotóxicos e venenos, mas porque, sem trabalho, elas voltam para casa e sua atividade e existência ficam invisíveis", afirmou.

Kelli Mafort destacou que os movimentos pressionam o governo pelo assentamento de 150 mil famílias, sendo 90 mil ligadas ao MST. As camponesas também reivindicam maior acesso ao crédito, à assistência técnica e a políticas como o Programa de Aquisição de Alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar. As mulheres também querem a intensificação da campanha de documentação rural.

A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas que ocorre em vários estados. Em Brasília, cerca de 700 camponesas estão acampados ao lado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde a última terça-feira (5). Há mais de 15 anos, sempre no mês de março, as mulheres se unem em jornada para reivindicar os direitos das trabalhadoras.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir