Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-03-2013

Índios fazem barricada para impedir desocupação de antigo museu no Rio
Prazo para deixar o local era até as 23h59 de quarta-feira (20). Imóvel, no Maracanã, será reformado para abrigar Museu Olímpico.
Índios fazem barricada para impedir desocupação de antigo museu no Rio
Foto: g1.globo.com

Estudantes e indígenas, que ocupam o prédio onde funcionava o antigo Museu do Índio, no Maracanã, na Zona Norte do Rio, continuam no imóvel, na manhã desta quinta-feira (21). Eles montaram uma barricada com pedras e um cadeado, que impediam a entrada no local, que será reformado para abrigar o Museu Olímpico. O prazo para a retirada do grupo venceu na quarta-feira (20), às 23h59. A expectativa era de que a polícia chegasse ao local, para retomar o antigo museu, às 6h desta quinta. Mas até as 7h, a PM ainda não havia cercado o imóvel.

O grupo de indígenas que ocupa o local, que se autodenomina Aldeia Maracanã, está o imóvel desde 2006. A 8ª Vara Federal Cível do Rio concedeu imissão de posse em favor do governo estadual e os índios foram notificados em 15 de março.

Impasse na desocupação
De acordo com Afonso Apurinã, presidente da Associação dos Índios da Aldeia Maracanã, um porta-voz da Secretaria municipal de Direitos Humanos teria ligado para um representante dos índios informando que a desocupação só aconteceria no próximo sábado (23).

Apurinã informou ainda que o Hotel Santana, no Centro, foi oferecido para abrigar o grupo de 50 índios, porém eles não entraram em um acordo. O líder indígena afirmou estar tranquilo, mas disse não saber como seus colegas reagirão, caso a polícia apareça no local para cumprir a decisão judicial de desocupação do espaço.

"A gente até agora não assinou nenhum documento, não há local definido pra nova Aldeia Maracanã. O prédio que cederam, não fomos ver, mas sabemos que não é adequado. Por isso vamos manter a resistência pacificamente neste local", explicou Apurinã.

Em nota, a Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh), reforçou as propostas feitas pelo governo do estado, como a criação de um Centro de Referência Indígena, próximo à Quinta Da Boa Vista, além do Conselho estadual dos Direitos das Populações Indígenas, e garantiu que até que estas medidas sejam efetivadas, os índios terão à sua disposição um local provisório para hospedagem emergencial, alimentação e transporte.

Ainda de acordo com o governo, o índios que não aceitarem ir para o mesmo local, receberão o benefício temporário do aluguel social e seus bens serão retirados do local. A secretaria não informou o local da construção do centro nem os prazos da obra.

Por volta das 8h desta quinta-feira, o defensor público Daniel Macedo informou que a medida judicial para a retirada dos ocupantes do prédio ainda está valendo. No entanto, ele soube extraoficialmente que o Governo está tentando um acordo para encontrar uma solução para os índios e que estaria procurando um outro lugar para abrigá-los.

"Os oficiais de justiça podem chegar acompanhados da polícia a qualquer momento. Não há uma previsão de quando a medida judicial será cumprida. Essa é uma decisão que caberá ao Governo do Estado", explicou o defensor.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir