Categoria Policia  Noticia Atualizada em 04-04-2013

Polícia ouvirá equipe de AME onde mulher morreu na Grande SP
Segundo testemunhas, houve demora no atendimento à mulher. Boletim de ocorrência consta que ela teve parada cardiorrespiratória.
Polícia ouvirá equipe de AME onde mulher morreu na Grande SP
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil irá ouvir a equipe médica que trabalhava no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, no momento em que Célia Maria Gamarano, de 56 anos, passou mal e foi atendida. Na tarde desta quarta-feira (3), ela passava com o marido em frente ao posto médico quando precisou ser socorrida. Testemunhas disseram ter pedido ajuda aos profissionais de saúde da AME, que aguardaram que ela fosse trazida para dentro da unidade para atendê-la.

A Secretaria Estadual de Saúde também apura se houve omissão ou negligência da parte da equipe médica. A direção da AME nega as acusações. O delegado Gilson Leite Campinas, titular do 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, disse que quer ter acesso ainda nesta quinta (4) à ficha dos pacientes que eram atendidos durante a tarde de quarta-feira no intuito de descobrir outras eventuais testemunhas.

"O caso foi registrado como morte natural. Embora não tenha sido feito inicialmente nenhum questionamento sobre a qualidade do atendimento, nós vamos investigar se ela foi atendida corretamente e se o equipamento existente no posto de saúde seria suficiente para prestar atendimento", afirmou o delegado ao G1. A intenção é ouvir as testemunhas o mais rápido possível.

O médico Marcelo Sampaio, diretor clínico da AME de Taboão da Serra, nega que tenha havido omissão ou demora no socorro a Célia. Segundo Sampaio, a mulher teria passado mal na rua às 17h15 e às 17h19 já recebia socorro. "No momento em que ela passou mal na rua e foi pedido socorro, através da grade da AME, o vigilante se deslocou para o lado de dentro e pediu uma equipe. Nesse momento, o marido já trouxe a mulher", diz. Para ele, Célia foi atendida no "tempo adequado" e "recorde" para atendimento de pacientes que caem na rua.

Sampio nega que os funcionários da AME tenham negado o empréstimo de uma cadeira de rodas. Segundo ele, uma mulher que viu Célia passar mal foi até uma outrada da AME para pedir ajuda. Neste momento, a paciente já estava dentro do ambulatório recebendo atendimento.

No boletim de ocorrência consta que Célia deu entrada na AME com parada cardiorrespiratória e não resistiu apesar das manobras de reanimação. À polícia, o marido de Célia, o representante comercial Valdemir Honório de Oliveira, de 57 anos, disse que a mulher tinha reclamado de dores nas costas nos últimos dois dias e que ela já tinha marcado uma consulta com um cardiologista para sexta-feira (5). Ainda segundo ele, Célia descobriu há pouco tempo que estava com a pressão alta.

Nesta quinta-feira, a família preparava o funeral de Célia, que acontecerá ainda nesta tarde no Cemitério Vale dos Reis. Um novo depoimento do marido à polícia deve acontecer nos próximos dias.

Demora
Imagens da câmera de segurança de um prédio próximo à AME mostram o momento em que Célia Gamarrano passava com o marido, na quarta-feira. Alguns metros à frente - onde a câmera não capta - ela se sente mal. Quem passava pelo local conta que pediram socorro no ambulatório, mas ninguém ajudou.

Quem tentava ajudar Célia foi à AME pedir uma caderia para a mulher se sentar. "Eles alegaram que era patrimônio público. Eles disseram que não poderiam socorrer, que eles não podiam fazer nada", afirmou a autônoma Gismary Furuguem.

As pessoas que tentavam socorrê-la pararam o trânsito para que o marido de Célia a levasse no colo até o ambulatório médico. Imagens gravadas por um celular registraram o momento em que os médicos tentaram reanimar a Célia, mas ela não resistiu.

A Secretaria Estadual de Saúde afirmou que as AMEs são unidades ambulatoriais que realizam consultas e exames. Nesse caso, o recomendado é que atendimento tivesse sido prestado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A secretaria, no entanto, vai investigar o ocorrido. Se constatar omissão, o caso será encaminhado para o Conselho Regional de Medicina.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir