Imagem mostra homem enforcando outro com corrente.
Suposto agressor publicou foto no dia 29 de março, em perfil de rede social.
Foto: g1.globo.com Uma foto que mostra um homem supostamente agredindo com uma corrente um outro homem que parece ser um morador de rua virou motivo de polêmica nesta sexta-feira (5) nas redes sociais. A imagem foi feita na Praça da Savassi, em Belo Horizonte. O advogado Pedro Munhoz afirmou ao G1 que foi o primeiro a compartilhar a foto.
A imagem postada no perfil do suposto agressor tinha a mensagem "Quer fumar um kraquinho? Quer? Em meio à praça pública cheio de crianças? ACHO QUE NíO!". Segundo Munhoz, a foto foi descoberta porque ele está monitorando o episódio do trote racista na Universidade Federal de Minas Gerais. O advogado acredita que o rapaz envolvido no trote da UFMG seja de uma facção rival a do suposto agressor. "Havia um comentário deste rapaz, fui checar o perfil e apareceu a foto lá", disse.
Munhoz ainda citou que, no perfil na rede social, o suposto agressor fazia referências ao nazismo. "O sujeito faz propaganda do nazismo abertamente". O perfil foi apagado no início da noite desta sexta, após a repercussão da imagem.
"Não era um adolescente normal", disse um conhecido do rapaz apontado como agressor na foto. Segundo este jovem, que pediu para não ser identificado, o homem, de cerca de 25 anos atualmente, já demonstrava ser uma pessoa agressiva ainda na escola. Eles foram colegas no ensino fundamental, em um bairro tradicional de Belo Horizonte.
Este conhecido contou à reportagem do G1 que, depois de muitos anos, encontrou o suspeito em festas em um local de shows de punk rock, e que ele arrumava brigas. "Ele já foi skatista, já foi fã de rap, já foi punk e parou no skinhead".
Antes de excluir o perfil, o suposto agressor fez um post em seu perfil em uma rede social, após ser procurado pela imprensa sobre o caso. "Não tenho NADA a dizer a vocês da mídia, aonde claro, sempre vão distorcer tudo. Não me procurem mais, não terão a entrevista para vender suas mentiras com seus jornaizinhos baratos cheio de sangue."
A 4ª Cia. de Polícia Militar, que faz o policiamento da região da Savassi, disse que nenhum caso de agressão foi registrado nesta sexta-feira, e que não é possível verificar se outros casos foram registrados nos últimos dias.
"Delito duplo"
De acordo com o professor André Luiz Freitas Dias, membro da coordenação-geral do Programa Pólos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – que trabalha para efetivação dos direitos humanos – tanto a possível agressão quanto a divulgação da imagem são uma forma de violência, um "delito duplo". Ele lamenta o caso por se tratar por situação ainda comum. "Infelizmente não é uma coisa pontual, a gente teve há pouco tempo uma ocorrência também assim de discriminação no próprio trote da Faculdade de Direito. Mas, especificamente, a gente está muito preocupado com a questão de desamparo dessa população em situação de vulnerabilidade social", analisa.
Fonte: g1.globo.com
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