Categoria Politica  Noticia Atualizada em 08-04-2013

Capriles faz comício em reduto chavista e tenta reverter vantagem do adversário
De acordo com pesquisas, candidato da oposição está cerca de 10 pontos atrás de Nicolas Maduro, o herdeiro de Chávez.
Capriles faz comício em reduto chavista e tenta reverter vantagem do adversário
Foto: www.em.com.br

A campanha presidencial na Venezuela chega à reta final com uma ofensiva do candidato da oposição Henrique Capriles para ocupar os redutos chavistas e quebrar o favoritismo do presidente interino, Nicolás Maduro. Acostumada a vestir apenas o vermelho socialista dos seguidores de Hugo Chávez, morto no mês passado, a Avenida Bolívar, no Centro de Caracas, ontem foi tomada também pelo amarelo e pelo azul, cores dos eleitores de Capriles. Foram milhares reunidos em uma manifestação intitulada Caracas heroica, em apoio ao candidato que, no próximo domingo, vai disputar o comando do Palácio de Miraflores pela segunda vez em seis meses.

No início de outubro do ano passado, Capriles, governador de Miranda, estava em uma situação muito parecida à que experimenta agora. A poucos dias da disputa pela Presidência da Venezuela contra a soberania de Hugo Chávez, o opositor deu uma demonstração de força ao reunir milhares de simpatizantes num ato político feito nas proximidades da mesma Avenida Bolívar. A cena vivida no último comício de sua campanha, em 30 de setembro de 2012, estremeceu as estatísticas das pesquisas eleitorais. Segundo o levantamento do Datanalisis, o mais conhecido instituto de pesquisa venezuelano, Chávez teria 49,4% das intenções de voto, contra 39% de Capriles. Em 7 de outubro, dia da eleição, o então presidente confirmou as previsões e venceu.

Com a morte de Chávez, novas eleições foram chamadas em caráter de emergência. Novamente, o líder da oposição está a 10 pontos percentuais do candidato favorito. E, mais uma vez, ocupou o coração de Caracas com milhares de simpatizantes. Apesar de o adversário ser outro, ainda é a sombra de Chávez que tem de enfrentar. Maduro, designado pelo próprio líder bolivariano como seu herdeiro político, tenta se mostrar similar ao seu padrinho e propõe seguir guiando a Venezuela pelo caminho do socialismo do século 21.

"Nada e nem ninguém pode nos parar ou silenciar. Nem mesmo uma gripe, 20 atos, ou mil eventos, porque nós levamos a responsabilidade suprema de conduzir essa pátria para seu destino, e nesta missão levamos o exemplo de quem as pessoas intitularam o Cristo Redentor da América: Hugo Chávez", disse Maduro na última sexta-feira, durante agenda eleitoral no teatro da Universidade Militar Bolivariana do Exército. Sem dúvida, Chávez é o personagem principal da campanha do candidato governista, com seu rosto estampado em pôsteres e seu nome evocado inúmeras vezes. De acordo com o site madurodice.com, desde a "desaparição física" de Chávez, o herdeiro político já citou o nome de seu mentor 6.403 vezes, uma média de 200 vezes por dia".

A estratégia adotada por Capriles, no entanto, tem sido contornar o estado emocional em que o país mergulhou após a morte de Chávez e confrontar diretamente Maduro. "Nicolás não é Chávez" se transformou em uma de suas frases de ordem. As críticas de Capriles estão focadas nos problemas cotidianos dos venezuelanos, como a violência, a pobreza e os constantes apagões.

Por sua vez, Maduro denunciou no último sábado que os ex-embaixadores americanos Roger Noriega e Otto Reich, ao lado da "direita salvadorenha", estão por trás de uma conspiração para assassiná-lo e sabotar a rede elétrica do país antes das eleições.

Segundo ele, o "grupo de mercenários entrou no país" e planeja aumentar os homicídios para "exacerbar o temor público e seguir sabotando" a rede elétrica venezuelana como forma de afetar o seu favoritismo nas urnas. Para Maduro, "setores vinculados" a seu rival estão por trás da conspiração.

Fonte: www.em.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir